Sabe-se que Workaholic é uma expressão americana que designa pessoa viciada em trabalho, uma variação da palavra alcoholic (alcoólatra). Aholic, ou seja ólatra, significa viciada em algo. Portanto, eu sou cafeólatra,, como chocólatra, doçólatra... Como boa Coffeeholic, que sou, eu fui xeretar a página do Globo Repórter.
Nesta sexta-feira (07/08/2009), o Globo Repórter, da Rede Globo, divulga o resultado de pesquisas que revelam que o café, a bebida mais consumida no Brasil, estimula as áreas de prazer do cérebro como o sexo e a música, e vejam que matéria interessantíssima eu encontrei lá. Hoje não perco este programa de jeito algum.
Brasileiro sempre arranja motivo para um cafezinho. Benedita Noronha, sete filhos, sete netos, adepta do coador de pano, adora café. Há dias em que chega a tomar dez xicrinhas, muitas vezes sob bombardeio das comadres: "Olha o colesterol, Benê!" Pudera. Há dez anos, exames indicaram que a sua taxa estava nas alturas. E, para cúmulo do azar, pesquisas da época mostraram que o café poderia elevar a temida gordura no organismo. "Nem o fato de saber do risco me fez diminuir", confessa Benê, ex-auxiliar de enfermagem, atualmente com colesterol normal.
Agora, um estudo realizado pelo Setor de Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular da Escola Paulista de Medicina, ligada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), traz ótimas notícias para Benês, Soraias, Beths e outros milhões de fãs da bebida: tomar diariamente até cinco xícaras pequenas de café passado em coador de pano ou filtro de papel não eleva os níveis de colesterol nem de triglicérides – as gorduras sangüíneas.
"Essas formas de preparo impedem a passagem das gorduras do café. De quebra, quando combinado com dieta balanceada, ajuda a emagrecer", revela a nutricionista Rosana Perim Costa, autora da pesquisa.
O cardiologista Francisco Fonseca, coordenador do setor, orientador do trabalho e professor, acrescenta: "Consumido dessa maneira, o café diminui a oxidação das gorduras do sangue, podendo até contribuir para reduzir a aterosclerose e as doenças cardiovasculares".
Na casa de Benedita Noronha, um cafezinho é sempre bem-vindo. Ela e os filhos são apaixonados por café. A cada rodada, ela faz um litro. “Sou um alcoólatra do café”, brinca o autônomo Dario Traversin.
Na casa de Benedita, no bar ou no balcão da padaria, o cafezinho é uma instituição nacional. Simples ou sofisticado, ele tem lugar garantido entre os hábitos do brasileiro. E bebemos cada vez mais café. O consumo anual é de quase quatro quilos de pó por pessoa. Isso quer dizer que, em média, cada um de nós toma 60 litros de café por ano.
O aroma é tão sedutor que a gente começar a apreciar o café antes mesmo de sentir o gosto que ele tem. Quentinho, servido na hora, quanto prazer cabe em uma xícara! Além de saboroso, o cafezinho é também estimulante, ajuda a nos manter acordados, bem dispostos. O que nos tira o sono são os estudos que relacionam a bebida a algumas doenças. Mas, agora, os pesquisadores estão descobrindo que, em doses moderadas, o café pode até fazer bem a saúde.
A pesquisa foi feita pelo Serviço de Nutrição da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp). Durante três meses, 60 pacientes que precisam controlar o colesterol foram submetidos a um tratamento especial. Todos os dias, eles tomaram a mesma quantidade de café: seis copinhos, o que equivale a 300 mililitros.
Na primeira etapa, o café foi preparado com filtro de papel; depois, com coador de pano. A boa notícia para os participantes do estudo é que nenhum deles teve aumento nos níveis de colesterol.
“O cafezinho à moda antiga, feito pela vovó, é melhor do que o café de máquina porque este não consegue filtrar nem reter substâncias”, diz a nutricionista da Unifesp Rosana Perim Costa.
As substâncias do café que fazem mal ao coração são conhecidas como cafestol e kahweol. São gorduras que resistem ao processo que torra e mói os grãos. De acordo com a pesquisa, só o filtro de papel e o velho coador de pano conseguem retê-las. Nem por isso o estudo condena as outras formas de preparo, desde que não haja exagero no consumo.
“As pessoas que tomam um ou dois cafezinhos por dia de outros modos de preparo não têm tanto problema porque a quantidade é pequena. Mas pessoas que tomam mais do que cinco xícaras, e que têm o colesterol elevado, devem filtrar ou coar o café, para que não haja interferência e o colesterol não consiga ser reduzido”, orienta a nutricionista.
A outra boa nova do estudo foi revelada por acaso. O alvo dos pesquisadores era o colesterol, mas eles descobriram também os efeitos do café em pessoas obesas. As cinco xícaras diárias de café coado ou filtrado deixaram os pacientes mais magros. Eles perderam peso e também massa corpórea. A dona de casa Benedita Noronha, que fez parte da pesquisa, ficou mais leve e cheia de satisfação.
“A pesquisadora dizia que a minha cintura era a mais fina entre todos os pacientes. Eu emagreci dois quilos”, comemora ela.
“Nós não podemos dizer que café faça exatamente bem. Eu acho que o café não pode ser considerado uma substância protetora do coração, mas pode contribuir para uma discreta perda de peso e pode ter alguns benefícios sobre o indivíduo. Ele fica mais alerta, tem atividade maior. Talvez aí resida uma pequena perda de peso”, cardiologista da Unifesp Francisco Fonseca.
Pacientes comprovam
Basta esfregar um grão do fruto e a sua oleosidade brota na mão. Ou atentar à mancha azul-arroxeada que se forma na superfície dos tipos não-filtrados: o árabe, o escandinavo (neles, mistura-se o pó à água, espera-se a decantação e bebe-se) e até o expresso (sua retenção de resíduos não é tão eficaz quanto no coado). A mancha é a gordura.
Nos últimos anos, cientistas descobriram que duas substâncias gordurosas do café (caweol e cafestol) poderiam estimular a produção de colesterol. E também que o consumo de cinco ou mais xícaras da infusão não-filtrada (em maior grau; o árabe e o escandinavo; em menor, o expresso) estaria associado a níveis aumentados de colesterol no sangue. E, comprovadamente, colesterol e triglicérides elevados favorecem a formação de placas de gordura nos vasos sangüíneos.
"Contendo principalmente a fração LDL (o 'mau' colesterol), essas placas levam à aterosclerose, que, por sua vez, aumenta o risco de infarto do miocárdio e de acidente vascular cerebral, o AVC, ou derrame", salienta o cardiologista Edson Stefanini, coordenador do Grupo de Coronariopatias da Unifesp.
Esse perigo potencial, combinado ao fato de o brasileiro apreciar café, gerou a preocupação dos pesquisadores: será que o coado em saco de pano ou filtro de papel – as principais formas de preparo no país – também subiria o colesterol?
O estudo durou 18 semanas. Sessenta homens e mulheres, de 20 a 70 anos, foram selecionados – todos com índices aumentados de colesterol, em tratamento (não-medicamentoso) no setor de Lípides da Unifesp e tomadores diários de café. Após seis semanas de dieta balanceada, dividiram-se aleatoriamente em dois grupos.
Nas seis semanas seguintes, um dos grupos tomou diariamente 250 mililitros de café coado em filtro de papel; o outro grupo tomou a mesma quantidade, só que passada em coador de pano. Nas seis semanas restantes, quem usava filtro de papel foi para o coador de pano, e vice-versa.
"Nenhum paciente aumentou o colesterol total, a fração LDL e os triglicérides", detalha Rosana Perim. Melhor ainda: a maioria teve pequena redução de peso e das medidas corporais, incluindo a circunferência do abdômen. O benefício extra, segundo a pesquisadora, talvez se deva à ação estimulante da cafeína, que produz maior queima de energia.
Veja a íntegra aqui.
No programa: Descubra os mitos e as verdades sobre o café, veja também:
\*/Pessoas que tomam café têm menos chance de ter diabetes. Beber café com leite aumenta a atenção e é capaz de melhorar o rendimento escolar.
\*/Cientistas do Instituto do Coração de São Paulo garantem: café não faz mal à saúde.
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* As ilustrações, baseadas em texto sobre busca da qualidade total do café no Brasil e para exportação. CAFÉ EDITORA, eu achei aqui.
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