...quem tira espresso é rei!
Este texto é da Hanny Guimarães, 26, jornalista, tirei do seu blogger Rota do Chá.
“Em terra de café, quem tira espresso é rei”. Este foi o slogan da 2° Copa Barista, realizada entre os dias 15 e 18 de junho de 2009, no 4° Espaço Café Brasil, em São Paulo (SP). Mas se a competição fosse aqui para o blog, ganharia outra frase: em terra de café, quem usa chá é rei!
E houve quem se arriscasse na combinação. Não com chá exatamente, mas com infusões de qualidade. Dois dos 24 baristas que participaram da Copa apostaram em infusões para criar suas bebidas. Otavio Linhares, com quem tive o prazer de viajar e aprender um bocado sobre cafés e sobre a vida, usou uma infusão de hibisco, mas esbarrou logo de início com a competente Gicélia Amaral e ficou nas oitavas de final. Infelizmente, não pude conferir sua apresentação e nem experimentar sua bebida, mas ele já havia me confidenciado um dia antes que treinou pouco para a competição. Valeu o risco da ousada combinação.
Daniel Viana foi outro barista que se destacou usando uma infusão casada com o espresso. Pela primeira vez na disputa, Daniel conquistou o 3° lugar com o drinque Kelly (nome dado em homenagem à esposa).
Para Daniel, o processo foi natural. Ele conta que há alguns meses começou a tomar chá gelado durante o dia e como o chá passou a fazer parte de sua rotina, pensou em unir a nova mania à paixão pelo café. “Comecei a me preocupar com a qualidade do café e tentei misturar mate com café em minhas experiências. O café e o mate puro não combinaram muito bem. Tentei várias qualidades de chás e diversas proporções, mas o chá mate e o café possuem gostos muito marcantes e competem”, diz.
Foi aí que começou a buscar outra infusão que completasse o café. Algo com sabor mais suave e com nuances diferentes das sentidas no café. Chegou na erva-cidreira e pensou em acrescentar mel para deixar a bebida mais aceitável ao paladar. “Fui a uma feira no Jardim Botânico, em Brasília, e experimentei mel de diferentes floradas. A que mais me chamou atenção foi a da laranjeira, pois, além de possuir um sabor e dulçor mais suaves, possui uma finalização cítrica que eu buscava para o meu drinque”.
Durante a Copa, Daniel percebeu que poderia aprimorar ainda mais a bebida e finalizou o Kelly com algumas gotinhas de limão nas etapas finais (semi e disputa do terceiro lugar). “Se eu fosse servir esse drinque hoje em um campeonato, diminuiria a quantidade de chá para 20 ml destacando ainda mais o sabor do café, mas acho que a receita original com café, chá e mel de laranjeira fica perfeita para se degustar em casa”. Concordo com o Daniel.
Ah! Um detalhe… O barista usou uma prensa francesa para fazer a infusão. A opção pode não ser a melhor para fazer uma infusão, mas visualmente funcionou bem para a apresentação, combinando com a cena.
Receita final do Kelly
30 ml de café espresso
30 ml de chá de erva-cidreira
10 ml de mel de laranjeira
5 gotinhas de suco de limão
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