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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Café por Foujita Tsuguharu

Café - obra de Foujita
O Café de la Rotonde é um famoso café no bairro Montparnasse de Paris, França, fundado por Victor Libion em 1910. Frequentado por Pablo Picasso, (que tinha um estúdio vizinho) Nina Hamnett, Amedeo Modigliani. Se um pintor não pudesse pagar a sua conta Libion aceitava um desenho, até que o artista pagasse. Como tal, houve momentos em que as paredes do café estampavam uma coleção de trabalhos artísticos, que hoje faria o curadores dos maiores museus do mundo babar de inveja.

La Rotonde continua em funcionamento até hoje e é um local nostalgico popular entre os turistas.


O café foi retratado por vários artistas que o freqüentavam, incluindo Diego Rivera, Federico Cantu, Tsuguharu Foujita, que descreveu uma luta no café em sua gravura "A la Rotonde" de 1925. Uma versão posterior 1927 Le Café de la Rotonde fazia parte do Quadros de Paris de 1929. Picasso retratou dois jantares no café em sua pintura "No café de la Rotonde" em 1901, como fez o russo artista Alexandre Jacovleff aka Alexander Yakovlev Evgenievich no similarmente intitulado "No Café de la Rotonde".

Foujita Tsuguharu(1886-1968), filho de um general do Exército Imperial Japonês. Foujita pintor francês de descendência japonesa (Tokyo), formou-se, em 1910, na atual Universidade Nacional de Artes e Música de Tokyo. A compra de uma de suas peças pelo Imperador teria evidenciado Foujita, como artista na famosa Terra do Sol Nascente.

Em 1913 viajou para Montparnasse, em Paris, onde se familiarizou com a pintura moderna. Fez parte da chamada "Escola de Paris", fazendo amigos como Amedeo Modigliani, Pascin, Soutine, Leger, Juan Gris, Picasso e Matisse. Foujita, um dos primeiros artistas japoneses a aplicar a técnica da pintura a óleo francesa na pintura de seu país, era famoso por pintar as mulheres bonitas de pele branca como o leite e de gato.

Foujita expôs pela primeira vez em 1917, na Galerie Chéron, em Paris, com Cheron, Soutine e Modigliani. Picasso foi observado como tendo permanecido na vernissage por três horas. Um verdadeiro sinal para a comunidade underground da época, daqueles que um dia eles se tornam os mestres do século XX. Foujita realizou também diversas exposições individuais nas grandes cidades européias e também em Nova York, tornando-se uma figura simbólica da "Années Folles" em Paris (1918-1930).

No final de 1931 após terminar o seu terceiro casamento, Foujita veio ao Brasil a convite de Candido Portinari, a quem conheceu em Paris. Foujita viveu com Madeleine Lequeux, chamada “Mady Dormans" (dançarina do Casino de Paris) no Rio de Janeiro por quatro meses. Aqui pintou quadros com temas do carnaval e as prostitutas do mangue no Rio de Janeiro.

Nesta época, conviveu com vários artistas modernistas. Foujita fez duas exposições no Brasil uma no Palace Hotel, no Rio e outra na Exposição de Arte Moderna organizada pela Sociedade Pró-Arte Moderna, em São Paulo; depois de alguns meses no Rio, continuou sua viagem pela América, visitando também a Bolívia, Peru, México e Cuba. O primeiro grande mural de Foujita, alguns anos depois, é inspirado na lavoura do café.

Sua arte forma, aplicada a uma sólida tradição da arte japonesa, misturado ao modernismo abundante do período. Sua maestria ao empunhar a dabber, marca seu estilo que é imediatamente identificado. Seus nus, gatos e até mesmo algumas de suas peças têm contribuído para a sua lenda. Profundamente apaixonado pela França, Foujita teve cidadania francesa concedida em 1955; converteu-se ao catolicismo em 1959, batizando-se com o nome de "Leonardo", uma vibrante homenagem à cultura ocidental que ele tanto admirava.

Curiosidade: Em 1922 adicionou a letra "o" ao seu nome passando de Fujita para Foujita, para adequar-se as regras de ortografia francesa e conservar o sonido original de "Fu" de Fujita. Depois de muitas viagens, estabeleceu-se novamente em Tóquio em 1940, retornando a Paris depois da 2ª Guerra Mundial, em 1950, onde naturaliza-se e não volta mais ao Japão. Em 1959, aos 73 anos converteu-se ao catolicismo e adotou o nome cristão de “Léonard”.

*O auto-retrato do artista, de 1928, integra o Museu de Arte Moderna de Paris. A seu respeito, escreveu Flexa Ribeiro (atual Senador Federal), em 1968: "...é um impressionante desenhista. E também possuidor de dons bizarros nas cores fluidas, impalpáveis, no emprego dos verdes, dos cinzas e das opalas. Nos nus, retratos de crianças, na mestria como penetra no sentido curioso da expressão dos galos, nas bonecas que parecem sorrir, Foujita ficará como um estro singular, fora da pátria."

*Em comemoração ao Centenário da imigração japonesa o Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo (CCBB-SP) com o apoio da Fundação Japão, através do The Japan Foundation Exhibitions Abroad Support Program, expos no período de 11 de março a 01 de junho de 2008 a mostra "Foujita no Brasil, Kaminagai e o jovem Mori: Uma cadeia de ligações". A seleção dos trabalhos procura estabelecer uma relação com a cultura japonesa no Brasil e o olhar desses artistas sobre nosso país.

*Das obras de Foujita – desenhos e apenas duas pinturas –, artista conhecido por seu virtuosismo gráfico, é visível na peculiaridade de seu estilo nessa época, modificado amplamente com suas impressões do Carnaval do Rio de Janeiro de 1932, sobre o qual possuímos no Brasil apenas uma tela, além de desenhos trazidos de Paris e/ou realizados aqui.



Leia mais sobre Foujita considerado um dos maiores nomes do modernismo no Japão:

1 - RADAR, Por Renata Schussheim.

2 - El Imparcial, por Hidehito Higashitani (es catedrático emérito de la Kobe University of Foreign Studies y actualmente catedrático de Literatura en Himeji Dokkyo University - Japón).

3- Pintura sobre a guerra

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