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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Café para os Italianos

Se quiser pedir um espresso na Itália, é só pedir um “café”. Este é o termo exato para um café espresso, claro e simples. Deve estar bem cremoso e nunca muito líquido; servido quente, ou “pelando”. Quanto adoçar ou não já existe certa flexibilidade, os mais tradicionais dizem que o verdadeiro café deve ser bebido sem açúcar, mas a maior parte dos italianos gostam do café adoçado. Se quiser tomar um café bem rápido, os italianos o tomam em pé e no balcão do bar, e conversando animadamente. Depois do almoço ou da janta é de bom grado e educado tomar o café sentados à mesa...

O italiano não gosta de café fraco, gosta mesmo é de um bom café espresso, antes mesmo de existirem as máquinas individuais de café espresso para usar em casa, o italiano sempre usou a Moka, uma cafeteira que tem vários tamanhos, para uma pessoas, até para 10, ou mais.


A Itália trouxe o café da Terra Santa para a Europa, no século 16. Hoje o país continua sendo um importante centro distribuidor, com mais de 750 torrefações. Não é à toa que os italianos deram origem a diversos tipos de café, como o correto (com licor), corto (forte), crema (com espuma açucarada) ou latte macchiatto (café com leite).



Em Roma o café da manhã é rápido, quase sempre em pé, no balcão de um bar, e doce. O cornetto, o croissant dos italianos, pode vir com geléia, creme ou chocolate, ou também sem recheio.

A bebida nacional, o café espresso, foi a preferida na Itália durante décadas. Agora, na pátria do espresso, quem está reinando é o cappuccino.

Uma nova pesquisa revelou que o cappuccino fez uma ultrapassagem histórica no café espresso. Com 49% das preferências, o capuccino é hoje a bebida mais consumida no café da manhã dos italianos.

É o café com leite deles, feito com espresso e leite batido até virar espuma. As maquinas italianas são as melhores do mundo, mas precisa saber usá-las. A bebida, criada provavelmente em 1683 por um frade capuccino, é consumida apenas de manhã.

Café com Graspa
E o paladar italiano parece favorecer o café curto, realmente forte e com uma espuma marron clara. Apenas um gole ou dois na xícara e é tudo. No inverno, como em quase todos os países da Europa, o consumo do café aumenta e é comum misturá-lo com um pouco de grappa (graspa), aguardente feita com o bagaço de uva... ...ou, como no Vale d’ Aosta, com grappa, vinho tinto e casca de limão, o caffé alla valdostana.

É comum no norte da Itália o consumo da graspa adicionada ao café preto ou tomada pura em pequena quantidade, de manhã, antes de iniciar as atividades, ou como digestivo após as refeições.

O termo grappa (grafia italiana) não é de origem latina como se poderia supor, mas de origem germânica. Os diversos dialetos italianos atribuem diferentes grafias à graspa: grapa (Lombardia), rapa (Piemonte), graspa (Vêneto). Esta última é a mais utilizada no Brasil, provavelmente porque os imigrantes italianos que colonizaram a Serra Gaúcha, na sua maioria, eram oriundos do Vêneto.

Na Itália, onde a graspa atinge maior produção mundial, as maiores regiões produtoras são o Vêneto e o Piemonte, onde é definida como: Destilado de forte graduação alcoólica (38°GL a 60°GL), com aroma particular, obtido por destilação e retificação do bagaço de uva. Inicialmente, a graspa era utilizada com finalidade terapêutica, passando depois a ser consumida como bebida.

CURIOSIDADE: Responda depressa: Quantas toneladas de café a Itália produz por ano? Se você respondeu zero, acertou. A resposta completa a essa pergunta foi dada pelo designer Marcello Dantas, diretor artístico do Museu de Língua Portuguesa, em São Paulo, e responsável pelo projeto interior do Octávio Café, inaugurado em novembro de 2007 e por enquanto fazendo o maior sucesso na capital paulista. Em entrevista concedida à revista Valor-on-line, ele diz que os consumidores acreditam que o café italiano é o melhor do mundo. Mas não existe café italiano, sem café brasileiro!

Apesar de o consumo italiano per capita ser alto, com cinco quilos de café por ano, os alemães conseguem superar esta marca. Calcula-se que por ano cada alemão consuma em média 6,7 quilos de café, o equivalente a quatro xícaras diárias.

Os italianos parecem possuir nomes para cada tipo de bebida feita com o café. Vejamos os principais:

1. Capuccino: 1/3 café, 1/3 leite e 1/3 leite em espuma. O chocolate em pó no cappuccino não é uma tradição italiana, mas hoje em dia é possível que alguns bares perguntem para o cliente se ele quer ou não, já a canela não é usada nunca. O cappuccino geralmente, é tomado de manhã com um croisant como café da manhã. Normalmente não se pede depois do almoço ou da janta, mas muitos italianos o tomam a tarde como café da tarde, junto com bolachas ou bolos.

2. Caffè Macchiato: Macchiato (maʔˈkja(ː)to) significa "manchado" em italiano, aludindo à mancha de leite, no caso do caffè macchiato. O espresso macchiato, é um café com leite típico da Itália, consistindo num café espresso misturado com uma pequena quantidade de leite quente com espuma. Café Espresso com duas colheres de creme de leite. Vem em uma xícara pequena.

3. Latte macchiato: significa ´leite manchado´: uma camada de leite, uma de café e uma de espuma. É o café com leite, normalmente em um proporção de 1/3 café e 2/3 leite. É um café espresso acrescido a um copo de leite quente, uma variação do Cappuccino também conhecida como Latteccino. Vem em uma xícara grande.

4. Espresso: é uma bebida à base de café preparada através da passagem de água muito quente (mas não fervente) sob alta pressão pelo café moído, podendo ainda variar entre ristretto, lungo ou doppio. São servidos em xícaras pequenas. Um café espresso bem tirado possui três partes principais: coração, corpo e crema.

5. Café Lungo: Café de “extração-longa”, que permite fluir mais água através do pó, sem exaurir sua essência. É servido nas quantidades de 100 ml e 120 ml.

6. Café Ristretto: Espresso curto, tirado da “cabeça de extração” da máquina, até a quantidade de 25 ml.

7. Doppio ou Duplo: Dose dupla de Café Espresso.

8. Americano: é o café espresso bem fraquinho, leva um pouco mais de água na diluição do pó, mas preserva o sabor do típico do Espresso. Servido em xícara ou copo grande.

Aprenda mais sobre os usos e costumes do café pelo mundo lendo o post "Café Para os Alemães".

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