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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Rei do Café desaparece da Praça

Que história. Roubaram e ainda não devolveram o busto e os medalhões em bronze de Francisco Schimidt o Rei do Café...


Francisco Schmidt – 1911

Instalada há quase 80 anos na praça Francisco Schmidt, na avenida Jerônimo Gonçalves, a herma em homenagem ao patrono do café sumiu. A Secretaria Municipal de Infra-estrutura confirmou o desaparecimento. A peça, inaugurada em 7 de setembro de 1927, pode ter sido alvo de vândalos ou, o mais provável, de ladrões interessados em vendê-la como sucata.

Não há informações sobre o material de que era feita a herma. Aparentemente, era de ferro. A se confirmar, um marco histórico do passado de Ribeirão – entre as décadas de 10 e 20 Schmidt foi o maior produtor de café do mundo – pode ter rendido aos autores do crime uns poucos reais.

Há uma diferença entre herma e busto. Este inclui os braços da pessoa esculpida – a herma, não. Assim, a herma é um busto sem braços. O furto da peça, constatado por guardas civis, que registraram boletim de ocorrência, não deve ter sido fácil – ela estava sobre um pedestal de aproximadamente três metros de altura. O secretário da Infra-estrutura, Nilson Baroni, disse ontem que não foi acionado para providenciar uma nova herma para o “rei do Café”.

Busto do Rei do Café
“REI DO CAFÉ” - letras em bronze: “FRANCISCO SCHMIDT HOMENAGEM DO POVO DE RIBEIRÃO PRETO”.

Designação: Cel. Francisco Schmidt
Data de instalação: 1927
Origem da iniciativa: Câmara Municipal de Ribeirão Preto
Localização atual: (não encontrado)
Cidade: Ribeirão Preto
Localização anterior: Praça Francisco Schimidt
Bairro: Vila Tibério
Cidade: Ribeirão Preto

Autoria: Eugênio Prati
Medidas do pedestal: 2,30x2,30x3,60
Medidas da obra: 0,60x0,50x0,70
Material do pedestal: granito
Material da obra: bronze

Conservação: Busto furtado em 2006. Boletim de Ocorrência n. 2582/06. 3o. Distrito de 17.10.2006. Permanece no local apenas a herma, sem os medalhões em bronze e faltando letras das inscrições.

Informações contidas na obra:

Face frontal em cima: letras em bronze – “NO 2° CENTENÁRIO DO CAFEEIRO NO BRASIL 1927”.

Face frontal em baixo: medalhão de bronze em alto relevo, com a figura do Cel Francisco Schmidt e ostentações de figuras alusivas ao café (inscrição “REI DO CAFÉ” - letras em bronze: “FRANCISCO SCHMIDT HOMENAGEM DO POVO DE RIBEIRÃO PRETO”.

Face posterior: medalhão de bronze em alto relevo com a figura de um agricultor (inscrição: COLONO).

Face lateral direita: medalhões em alto relevo, de bronze, com figuras políticas (inscrição: Presidente da Câmara Municipal).

Face lateral esquerda: medalhão em bronze em alto relevo, com figuras do comércio da época (inscrição: COMERCIANTE).

Observação:Características neoclássicas, apresentando um lado só de visão”. (GUIMARÃES, 1994) Natureza da obra: herma

Histórico: Listas de contribuição foram organizadas por homens como o Dr. Herculano Mendes e Daniel Kujawski. Políticos, empresas e homens de expressão econômica e cultural contribuíram para a construção da herma. (Diário da Manhã, 31/08/1924, p.1).

Biografia: Francisco Schmidt nasceu em Bremem, Alemanha, em 3/10/1850. Chegou ao Brasil, para trabalhar na Colônia São Lourenço, na Fazenda Felicíssima, de propriedade do Comendador Luiz Antônio de Souza Barros, em São Carlos do Pinhal (atual São Carlos). Posteriormente, transferiu-se para a cidade de Belém do Descalvado (atual Descalvado), onde trabalhou na fazenda de Rafael Tobias Aguiar. Em 1873, casou-se com Albertina Kolh e tiveram 8 filhos.

No ano de 1878, adquiriu um armazém de secos e molhados. Neste período, começou a trabalhar como corretor de café para a firma Theodor Wille e Co. Em 1889, vendeu o seu estabelecimento em Descalvado e comprou sua primeira fazenda, denominada “Bela Paisagem”, no município de Santa Rita do Passa Quatro.

Em 1890, comprou em sociedade com o Coronel Arthur de Aguiar Diederichsen, a Fazenda Monte Alegre (atual Museu do Café). Arthur Diederichsen vendeu sua parte na fazenda, o que tornou Schmidt, o único proprietário. Com o financiamento da Theodor Wille e Co., comprou inúmeras fazendas nos municípios de Ribeirão Preto, Franca, Brodósqui, Orlândia, Araraquara, Sertãozinho, Serrana, entre outros. Possuiu 62 fazendas, onde existiram aproximadamente, 16 milhões de pés de café.

Sede da antiga fazenda Monte Alegre que pertenceu a Francisco Schmidt (o Rei do Café), hoje transformada em museu. (foto de Pato Hernandes -Rogério Carlos Hernandes)

Em 1913, era o maior produtor de café do Brasil e recebeu o título de “Rei do Café”. Além do café, implantou o primeiro engenho de açúcar da região, em Sertãozinho, em 1906. Foi vereador em Ribeirão Preto por 6 Legislaturas, sendo nomeado Presidente da Câmara Municipal em 2 mandatos.

Em 1895, junto com o Cel. Virgílio da Fonseca Nogueira, Doutor Luiz Pereira Barreto, Augusto Ribeiro de Loiola, Flávio de Mendonça Uchoa, entre outros, idealizou a construção do Teatro Carlos Gomes, inaugurado em 1897. Com a morte de sua esposa, em 1917, organizou com seus filhos, a Cia. Agrícola Francisco Schmidt, mudando-se, logo depois, para São Paulo. Faleceu em São Paulo, dia 18/5/1924.

Em 7 de setembro de 1927, Ribeirão Preto rende-lhe homenagem, com a inauguração de uma herma na praça que anos depois seria batizada com o seu nome – então era conhecida simplesmente como “largo da Estação”, em função da presença da estação ferroviária da Companhia Mogiana, exatamente no trecho onde hoje se encontram as ruas General Osório e Martinico Prado.

Detalhe frontal do pedestal já sem o busto e os medalhões ROSA, 2008.

Detalhe frontal de um dos medalhões furtados. Revide. s/d

Como não há pistas de onde foi parar a estátua de Schmidt, são remotas as probabilidades de que ela reapareça. (Nicola Tornatore)

Curiosidade:
A cachaça SAGATIBA única cachaça no mundo a fazer parte da categoria Superlative, com 96 pontos recebidos de um total de 100 na avaliaçãodo mais importante institutode análise de bebidas alcoólicas no mundo, o Beverage Testing Institute (BTI), de Chicago.

A Sagatiba Preciosa é uma cachaça dourada superpremium de 42% vol. que descansou durante 24 anos em barris de carvalho trazidos da Europa há um século por Francisco Schmidt, fundador do Engenho Central, a mais antiga destilaria de São Paulo, criada em 1906 na cidade de Ribeirão Preto/SP.

A cachaça Sagatiba foi produzida em 1980, e os tonéis foram abertos em 2004, quando o conteúdo foi filtrado e purificado de acordo com os padrões de qualidade da Sagatiba, para garantir e preservar as caracterísitcas originais, como o aroma e o sabor.

O nome da cachaça vem da união do sufixo saga, que na cultura nórdica significa aventura, encargo heróico, lendário, e a palavra tiba da língua indígena tupi, que significa infinita.

A cachaça foi lançada no mercado em maio de 2004 pelo empresário paulista Marcos de Moraes, filho do ex-rei da soja Olacyr de Moraes. Sagatiba Preciosa é uma Edição Limitada, apenas 3.000 unidades estão disponíveis para venda em locais especiais.

O lançamento oficial da Sagatiba Preciosa foi no Primeiro Leilão de Cachaça da Christie's, renomada casa de leilões, em Londres, sendo vendida por 550 euros. Christie´s, em Londres

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