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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Café Brasil por Lauro Monteiro

Vou introduzir este meu post sobre a Coleção Café Brasil do artista plástico Lauro Monteiro “ com as palavras da professora e doutora em semiótica, com pesquisas nas áreas de clássicas e artes plásticas Flávia Marquetti.

O café desde sua introdução no Brasil foi sinônimo de relações econômicas e sociais, mais do que um bem de consumo, a tradição do cafezinho para a nossa cultura, sobretudo no sudeste e centro sul, é forma de integração e de congraçamento diário entre pessoas. Tomamos um cafezinho para discutir negócios, para prolongar um pouco mais o encontro fortuito com um amigo, para desabafar ou apenas para ler um jornal. É sob esta perspectiva que o artista, Lauro Monteiro, circunscreve o conjunto Cafezinho Brasileiro. Série de quadros que abordam este universo sócio-econômico bem brasileiro do encontro e da troca entre as pessoas. Em suas telas o espaço é sempre o que antecede ou precede este encontro, espaços construídos por xícaras, bules, mesas de bar; a ausência da figura humana é nítida, um convite ao observador a entrar neste universo tão familiar e compor com ele a interação, a troca “ritual” do cafezinho ou rememorá-la. Explorando ora cores quentes, alusão ao calor próprio da bebida e ao do encontro afetuoso, ora verdes intensos que lembram as antigas lavouras do interior do estado de São Paulo; ou ainda o jogo cromático do preto e do branco, como em um tabuleiro de xadrez, o artista relativiza todos os encontros possíveis em torno da bebida e sua função social em nossa cultura.” *

Da Coleção Cafézinho Brasileiro: " Encontro- Café & Cia" - 2009

Lauro Monteiro, natural de Araraquara-SP, é artista plástico, designer e produtor cultural. Seu atelier está localizado no pé da Serra da Bocaina, na Estrada Real km 5 em Paraty-RJ a 15 minutos do Centro Histórico. Ele desenvolve pintura em acrílico sobre tela pintura em cerâmica e projetos de design de interiores. Lauro cursou Engenharia Civil, Artes Plásticas e Estilismo e, em 1980, fez sua primeira exposição individual, com desenhos e pinturas, seguido de participação na Bienal Internacional de São Paulo.

No início dos anos 90, fundou em Araraquara seu estúdio Varanda Brasil, onde realizou lançamentos de coleções anuais de peças em cerâmica, telas, móveis e artesanato. Suas obras percorreram vários espaços da região de Araraquara, Litoral e da Capital de São Paulo. Com a coleção "Geo-Grafia Verde", fez exposições em Florença e Veneza (Itália) em 1998. Em 2001, foi convidado para assumir a pasta da Secretaria Municipal da Cultura da Prefeitura de Araraquara, permanecendo no cargo até o início de 2005. Em 2006, mudou-se para Paraty, onde reabriu seu estúdio e participou de várias exposições locais.

Da coleção Cafézinho Brasilieiro 2009 - Nanquim sobre Papel

Sobre ele Ignácio de Loyola Brandão, escritor e jornalista- São Paulo/SP, disse: "Lauro traz do sol suas cores brasileiras faz uma reciclagem modifica transforma. Nesse estúdio ao ar livre ele um homem culto pinta envolvido pela música às vezes popular às vezes erudita. Assim este homem interiorano pés fincados no chão apanha as cores batidas de sol mescla com a música e joga na tela."

Café Pingado 1 | Acrilico sobre tela

Café Caipira | Acrilico sobre tela

Café Caipira 2 | Acrilico sobre tela

Café Caipira 3 | Acrilico sobre tela

Café Coupê | Acrilico sobre tela

Café Coupê 2 | Acrilico sobre tela

Café e Suco | Acrilico sobre tela

Café Paraty | Acrilico sobre tela

Café Paulista | Acrílico sobre tela

Café Pingado | Acrílico sobre tela

Segundo Albio Sales Doutor em História da Arte professor da UECE-Fortaleza/CE, a pintura de Lauro revela: "...uma poética visual que seduz pela brasilidade das imagens cujas matrizes se encontram muitas vezes no inconsciente de todos nós impregnadas de figuras das nossas lendas e crendices. O domínio do artista no campo do desenho proporciona às suas composições uma riqueza de linhas criadas a partir de pinceladas contrastes e justaposições de cores num lirismo visual que por vezes produz movimentos e ritmos. Suas cores são de uma modernidade vibrante que nos remetem às composições de Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral numa visualidade que evoca as coisas do cotidiano do povo simples do Brasil revelando a beleza de uma arte cujo desejo maior é simplesmente celebrar a vida na sua plenitude."

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