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domingo, 27 de dezembro de 2020

Cheirin Bão


O Empório Mineiro Cheirin Bão, conhecido pelos seus deliciosos cafés tradicionais e inovadores, fechou uma grande parceria com uma pessoa que entende bem do assunto, Michel Teló.

O objetivo é levar para as pessoas a nova forma de fazer café oferecida pela marca, por meio de uma figura pública tão carismática, humilde e que adora essa bebida quente. Inclusive, a música "Café Coado" do seu novo EP "Pra ouvir no fone", será a trilha sonora usada nas ações com a Cheirin Bão. A primeira ocorrerá com o lançamento do clipe no dia 18 de dezembro, onde todos os funcionários da loja aparecerão cantando.


Além disso, acontecerá um sorteio, onde o ganhador será presenteado com uma no de produtos grátis. Para participar será necessário gravar alguns stories cantando a música e passando um café da Cheirin Bão.

A empresa está com projetos inovadores e a escolha do Michel Teló foi a ideal para consolidar suas novas ideias, já que ele apesar de ser novo e conhecido entre os jovens, traz em suas músicas o tradicional sertanejo. Assim como o novo modelo de negócios, a CB To Go, que mantém suas características originais, mas trouxe modernidade e conveniência para o público da atualidade.

O conceito foi inspirado nas cafeterias internacionais, que apesar do ambiente descolado, não abrem mão da boa qualidade , experiência prática e com muita tecnologia.

"Através do CB To Go, o cliente pode escolher seu pedido e pagamento por meio de um totem de autoatendimento e retirar no balcão, podendo aproveitar seu café e acompanhamentos durante o seu trajeto para o trabalho, faculdade, entre outros lugares", conta Wilton Bezerra, CEO da marca Cheirin Bão.

Entre outros lançamentos que envolvem o cantor sertanejo, podemos citar o café que levará seu nome e será de uma edição limitada de janeiro até maio, com uma embalagem diferenciada, permitindo que seja guardada como recordação.

"Fiquei ainda mais animado com a proposta quando soube que poderia presentear 400 pessoas que eu mesmo escolhi, entre eles formadores de opiniões, apresentadores, atores e jornalistas com o kit café coado que será acompanhado por uma carta que irei escrever, sendo um presente meu de fim de ano. Afinal, sou apaixonado por um cafezinho e por passar ele no coador", finaliza Michel Teló, cantor e compositor.

Cheiro de café coado
Manhã de sol de setembro
Meu canto, meu chão
É aqui que eu me entendo
Cheiro que me trás de volta
Pras brincadeiras de criança
Pão de queijo pra acompanhar
Igual ela no meu oiá
Café coado
Daquele passado no pano
Café coado
No copo americano
Café coado
Daquele passado no pano
Café coado
No copo americano
Café servido no bule
Com leite pra misturar
De tarde ou de manhã cedo
Prosa com bolo de fubá
Traz o gosto do seu amargo
Mistura de alma e chão
Amizade são sempre feitas
Num brinde de coração
Café coado
Daquele passado no pano
Cadê coado
No copo americano
Café coado
Daquele passado no pano
Café coado
No copo americano


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

ROTA DO CAFÉ


Embora seja um país tropical, o Brasil tem lá suas contradições. Uma delas é o hábito de beber um café quentinho antes, durante e até depois de terminar o dia, o que o torna um dos principais consumidores e produtores do mundo. Montamos uma Rota do Café em território nacional para te mostrar que existe muito a se vivenciar quando o assunto é o “ouro negro”.

O país chegou a ser responsável por mais de 80% da produção mundial durante dois séculos. Hoje, ainda revela sua importância, ficando com 1/3 do total de produção de café arábica, além de ser o maior exportador de café verde do planeta.

Em território brasileiro, temos lavouras que equivalem a 2 milhões de campos de futebol.

Rota do Café no Brasil vai da semente à degustação – Foto: divulgação/Fazenda Florença

A produção se concentra na região Sudeste, mas se expande para o Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Mas sabia que vai até o Norte do país? Foi na década de 70 que os grãos foram levados até Rondônia por colonizadores, expandindo as áreas das lavouras. Atualmente, são 15 municípios e 17 mil famílias se aproveitando dos cafezais.

Porém, nas mãos de indígenas, o café cultivado em agroflorestas — ou seja, preservando o meio ambiente — ganhou outra função, com apoio na ciência, tecnologia e manejo responsável. Chegando ao recorde de produção de grãos robusta em 2020, o café da Floresta Amazônica ainda é direcionado à grande indústria, porém, com mais incentivo, quem sabe não veremos novas variações brotando por lá.

“Cerrado Mineiro”, “Mantiqueira de Minas”; “Alta Mogiana”, “Região de Pinhal”, “Oeste da Bahia” e “Norte Pioneiro do Paraná” são as regiões produtoras brasileiras.

Para além de visitar cafeterias fofas e badaladas, o turismo cafeeiro é respaldado pelo turismo rural, em que o viajante pode conhecer pessoalmente as origens do café, passando por plantações, experiências no campo, casarões e fazendas coloniais. É uma viagem cheia de conhecimento, sabor e aromas. Vamos nessa? Conheça nossa Rota do Café em cada estado!

São Paulo

Os séculos 18 e 19 foram bastante promissores para a cultura cafeeira paulista. Entre as cidades mais beneficiadas pelo grão está a litorânea Santos, que tinha maior facilidade de exportar grãos brasileiros para o mundo todo a partir do porto.

Bem pertinho das embarcações funcionava a Bolsa Oficial do Café, onde se discutia e controlava o preço das sacas. Hoje o histórico edifício funciona como Museu do Café, um lugar incrível para mergulhar de vez nessa história.

Os arredores do centro velho e a Estação Valongo, construção de 1867, também carregam consigo até hoje o legado cafeeiro. Não vá embora da cidade sem uma paradinha na casa de torrefação, moagem e cafeteria Rei do Café, na ativa desde 1912, sendo administrada pela terceira geração da família.


Foto: divulgação

Outra opção é percorrer o chamado Vale do Café Paulista, que inclui cidades do Vale do Paraíba e arredores, como Serra Negra, Cajuru, Itatiba, Areias, São José do Barreiro, Bananal, Monte Alegre do Sul e Espírito Santo do Pinhal. Cada um dos municípios ainda preserva fazendas, propriedades rurais, tulhas e outros casarões oriundos do período do ouro negro.

Entre os endereços destacamos o Sítio da Usina Julicafé, em Monteiro Lobato, focado na recuperação, preservação e uso sustentável dos recursos naturais para a produção de café orgânico, cultivado sem agrotóxico e colhido de maneira artesanal na propriedade de 1978, onde antes funcionava uma usina hidrelétrica. O contato é apenas via telefone: (12) 99196–2210.

Outra opção é a Fazenda Mandaguahy, em Jaú. Datada em 1858, é uma das mais antigas fazendas cafeeiras, resguardando traços da arquitetura colonial portuguesa até os dias atuais. Organiza passeios de cunho ecológico e cultural, passando pela produção de queijos, biscoitos e café.


Rio de Janeiro

Uma das regiões que mais se beneficiou com o ciclo do café foi o Vale do Paraíba Sul Fluminense, que chegou a produzir 75% do café mundial. A partir do legado histórico foi criada a rota turística do Vale do Café, que reúne 10 municípios, como Rio das Flores, Valença e Barra do Piraí, e distritos arredores, como Ipiabas e Conservatória, fazendo parte do Circuito de Fazendas.

Entre estradas, igrejas e fazendas, o principal ponto de partida é Vassouras, a 121 km da capital, conhecida antifamente como a Cidade dos Barões. Até hoje, o que se observa na cidade são fazendas do período imperial, belos edifícios coloniais, museus, casarões e palacetes.


Você pode incluir no roteiro a Fazenda Santa Cecília, também conhecida como Fazenda Piedade, a 15 km de Miguel Pereira, datada em 1770, porém com mudanças estruturais no século 19. Considerada uma das mais antigas do Brasil, se destaca pelo jardim projetado por Burle Marx e a capela assinada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer.

Outra opção é a A Fazenda Alliança, na Barra do Piraí, um exemplo em relação ao cultivo de pés de café arábica. A bela e imensa propriedade de 1861 ainda mantém as antigas canaletas de transporte de grãos e de terreiros em pedra. Além disso, retomou a produção de grãos, dessa vez cultivados à sombra, técnica inovadora que resulta em um produto de qualidade superior.

Vale a pena aproveitar ainda as cachoeiras e o jardim Uaná Etê.

Foto: Fazenda Alliança/Brunella Nunes


Foto: Brunella Nunes
Minas Gerais

Não tem como falar de café sem lembrar de Minas Gerais, que atualmente é a maior produtora do Brasil, consolidando-se especialmente pela qualidade de seus pequenos produtores de grãos arábica de alta qualidade. Com inúmeras cidadezinhas para conhecer, você deve estar se perguntando: “por onde começar?”.

Facilitando essa jornada, a Unique Café promove a Rota do Café Especial, um passeio que começa em São Lourenço, percorrendo 35 km de belas paisagens até Carmo de Minas, a grande especialista no assunto e parada obrigatória para os coffee lovers.

A principal parada é na Fazenda Sertão, centenária na produção regional de grãos, cultivados em 270 hectares. O local conta com um Museu do Café no casarão de 1891, reunindo artefatos antigos, fotografias e documentos históricos.

A quarta geração da família começou a produzir cafés especiais em 1998 e anos depois, literalmente colhe os frutos do sucesso, sendo premiada como o melhor café do mundo em 2005, numa pontuação recorde de um dos principais concursos do gênero, o Cup of Excellence.


Quem também se destacou na competição foi a Fazenda IP, iniciais de Isidro Pereira, que também conquistou o título máximo na produção de café. Dali saem os tipos Catuaí Amarelo, Catucaí Amarelo, Acaia e Bourbon Amarelo. A plantação com até 1.200 metros de altitude oferece uma vista deslumbrante para o Vale da Mantiqueira, onde estão outras lavouras.

O passeio termina numa loja que reúne pacotes de café de vários produtores regionais, aquela perdição que faz todo mundo querer levar pra casa um pouquinho de cada. O melhor período para visitação é de maio a agosto, época de colheita.

A cidade de Patrocínio, não inclusa neste roteiro, é a maior produtora do país, além de ser uma estância hidromineral. Vale lembrar também da Rota do Café em Santa Rita do Sapucaí, que inclui visitação e degustação de cafés especiais em fazendas produtoras, em sua maioria administradas por mulheres.

Espírito Santo

Muita gente ainda não associa o Espírito Santo à cultura cafeeira, mas saiba que em 2019 o estado registrou a maior produção da história em café arábica e conilon. O cultivo começou em Cachoeiro de Itapemirim e se expandiu para as cidades de Vargem Alta, Muqui, Marataízes e Mimoso do Sul.

A região entre praias, serras e cachoeiras ficou mais desenvolvida turisticamente devido a criação da Rota dos Vales e do Café, que valoriza os grãos capixabas. Para além das belezas naturais, a viagem proporciona vivências com os lugares que marcaram presença na produção do ouro negro.


As fazendas se concentravam em grande parte em Mimoso do Sul, que antes de se tornar uma cidade, era uma propriedade só: a Fazenda Mimozo. O que restou foram construções coloniais do período, marcado por tradições dos povos libaneses, italianos e portugueses. Não deixe de visitar encantador sítio de São Pedro do Itabapoana, onde há 41 imóveis tombados que formam um pequeno distrito.

Já a Morada Santa Rita fica em Muqui, também chamada de Fazenda Santa Rita, que oferece hospedagem, refeição, caminhadas, piscinas naturais e lazer. A cidade conta ainda com 200 construções tombadas do século 20.

Paraná

Cá estamos no Sul do Brasil, onde o café também deixou seus rastros. Passando por 18 municípios, a Rota do Café passa pela região Norte do Paraná, somando 30 pontos turísticos no total, incluindo museus, fazendas, cafeterias e até vinícolas. A celebridade regional é Londrina, que na década de 60 ficou conhecida como na Capital Mundial do Café.

O principal ponto da cidade é o Museu Padre Carlos Weiss, conhecido como Museu Histórico de Londrina. No jardim logo se avistam os pés de café, que ajudam a recontar a trajetória do grão na região, que chegou a ser responsável por 51% da safra produzida no mundo. O acervo reúne documentos, mapas e imagens da colonização. Um armazém faz o papel de cafeteria, onde se aprende mais sobre grãos, torras e tipos de café, além de degustação da bebida.


Museus históricos estão inclusos na Rota do Café – Foto: divulgação/UEL

Outro ponto famoso, a 80 km de Londrina, é a Fazenda Palmeira (antiga Estância Ecológica Guaicurus), uma das produtoras mais importantes do estado, fundada em Santa Mariana na década de 40. Ali está um dos maiores labirintos de pés de café do mundo. São 180 hectares de café a 480 metros de altitude.

A Fazenda Monte Bello, fundada no início dos anos 1900 em Ribeirão Claro, é uma das principais da região, promovendo hospedagem rural em chalés, trilhas ecológicas e passeio pela produção de café. Também cultiva lichia (de novembro a janeiro; “colhe e pague” em dezembro), macadâmia (janeiro e fevereiro), mel e muitos produtos artesanais.

Foto: divulgação
Bahia

O clima quente do Nordeste também pode contribuir com bons grãos de café arábica. No Planalto e no Cerrado baiano estão lugarejos premiados, como é o caso da comunidade Santa Bárbara, em Piatã, que tem títulos do concurso Cup of Excellence para exibir ao público. O turismo rural se faz presente, passando por vivências nas plantações e contato direto com a agricultura familiar.

O cultivo em plena Chapada Diamantina é favorecido pela altitude, visto que a cidade é a mais alta do Nordeste, e o clima mais ameno. O café chegou por ali em meados do século 19, desenvolvendo cafezais a 1.400 metros de altitude, que se aproveitam dos microclimas regionais.

Uma das atividades mais interessantes a serem feitas é na companhia do barista Lucas Campos, da agência Café Tur, que faz trilhas rumo ao inesquecível pôr do sol na Serra da Tromba, onde prepara um cafezinho para ser degustado na hora.

Ceará

Na Região do Maciço de Baturité, a cerca de 100 km de Fortaleza, se desenvolve a chamada Rota Verde do Café, projeto que desenvolve o território de maneira sustentável para o cultivo do café de sombra, que se aproveita da proteção da sombra da mata. Apesar de estar em pleno sertão cearense, a localização tem temperaturas amenas.

As fazendas centenárias na cidades de Mulungu, Guaramiranga, Pacoti e Baturité produzem em seus cafezais de maneira sustentável, artesanal e livre de produtos químicos. O turista pode conhecer isso de perto no Sítio Águas Finas, propriedade de 1939, que produz o Café Uchôa.

Outra opção é ir até o casarão colonial do Sítio São Luís, que além de mostrar o cultivo orgânico, possui atrativos típicos do turismo rural, como o contato com animais e refeição preparada no fogão à lenha para o almoço ou café da tarde.

Rota do Café Verde valoriza produção cearense – Foto: divulgação/Sebrae

Distrito Federal

Em pleno Planalto Central, tem espaço para um cafezinho sim! Aliás, vários. A começar por Brasília, que vem se mostrando um polo de cafeterias em ascensão, focadas em cafés especiais e com a presença de baristas premiados em concursos mundo afora.

A cidade ganhou até um Mapa Afetivo dos Cafés de Bsb, desenvolvido pelo laboratório gastronômico da IFB (Instituto Federal de Brasília), recheado de opções na capital do Distrito Federal.

Indo além, há também fazendas para visitar na região, que estão na discreta mas não menos expressiva produção há 57 anos. A Fazenda Santa Rosa alimenta 150 estabelecimentos brasilienses com sua produção 100% arábica, o Café Fontenelle, cultivado a 1.000 metros de altitude.

Já a Fazenda Novo Horizonte oferece o tour Minelis Coffee Experience, visitação “da semente à xícara”, passando pelo premiado cafezal. São três horas de atividades, incluindo um mini-curso de cafés especiais, visita à plantação e torra de café ao vivo.

Foto: divulgação/Minelis

Fazenda Nova Cintra — Espírito Santo do Pinhal (SP)

Produzindo sete variedades de café em 219 hectares na região de Mogiana, a fazenda de 1901 segue pilares de sustentabilidade para oferecer um produto premiado nacionalmente. Outra parte da plantação fica no Sul de Minas Gerais, na Fazenda das Flores, onde também produz mel da florada do café.

Foto: divulgação

Museu do Café — Botucatu (SP)

A antiga Fazenda Lageado, de 1885, foi uma das maiores exportadoras de café paulista, sendo beneficiada pela tecnologia hidráulica. Anos depois, deixou de lado a produção para abrigar uma parte da UNESP, tornando-se sede da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) e um espaço museológico. No acervo encontram-se livros, documentos, imagens, mobiliário e equipamento de época, além de itens arqueológicos.


Um Coffee Co — São Paulo (SP)

A região do Bom Retiro é conhecida por conta das confecções e dos restaurantes coreanos que se espalham por ali. Porém, é no UM Coffee Co. que a xícara de café é garantida com um trabalho primoroso dos baristas. Com grãos de fabricação própria, oriundos da fazenda da família coreana em Minas Gerais, a cafeteria e torrefação prepara desde o cold brew, que é extraído a frio, até o típico espresso. Também servem almoços, lanches, doces e opções para brunch num ambiente bem bonito e organizado. Há ainda uma unidade no bairro Itaim e uma no Paraguai.

Foto: divulgação

Passeio de Balão — Carmo de Minas (MG)

Que tal mudar literalmente de ares e de perspectiva na hora de conhecer mais sobre o café? A Unique oferece um passeio a bordo de um balão de ar quente que sobrevoa lavouras e fazendas na região Mantiqueira de Minas Gerais, orientado por um guia especialista em cafés especiais. Já em solo, o público desfruta de um belo café da manhã e conhece mais sobre os processos de torra.

Passeio de balão é diferencial na Rota do Café – Foto: Unique Café

Casa Baldoni — Santa Rita do Sapucaí (MG)

A fazenda de café oferece uma experiência chamada “Do Pé à Xícara”, que proporciona uma imersão ao mundo dos cafés especiais. A minuciosa visita explica sobre os processos produtivos, composição de lavouras, espécies e variedades existentes. Depois de andar pela propriedade e conhecer a torra, vem a degustação do café fresquinho.


Cafeteria Rigno — Piatã (BA)

Impossível ir até o cerrado baiano sem conhecer o café mais premiado da região. Nessa aconchegante cafeteria, localizada no centro da cidade, você poderá degustar variações da bebida, acompanhada de outras delícias, como bolo caseiro, croissant e tortinha de banana. Uma das boas pedidas é o Cappuccino Brasileiro, combinação de caramelo, leite, café e cobertura de chantilly. Também dá para levar pra casa um pacote de café em grãos ou moído na hora.

Foto: divulgação

Foto: divulgação/Cafeteria Rigno

Santa Demolição — Mulungu (CE)

Ocupando parte Sítio Espatódea, o Santa Demolição ressignifica os antigos escombros de um galpão do século 19, transformando-se em antiquário, galeria de arte, bistrô e cafeteria. O casal Regina e Ronaldo Martins faz questão de receber o público para falar sobre arte, natureza e cultura enquanto se degustam delícias caseiras. Entre as opções, vale experimentar o café com limão e o sorvete de manjericão.

Foto: divulgação/Santa Demolição

Fazenda Camocim — Domingos Martins (ES)

Uma das mais conhecidas fazendas cafeeiras ainda em atividade do Espírito Santos, a fazenda Camocim produz café arábica orgânico e biodinâmico. Porém, o destaque mesmo vai para o Jacu Coffee, iguaria que simplesmente surge a partir das fezes do pássaro Jacu Penélope. A ave basicamente seleciona e depois defeca os grãos no cafezal, que depois passam por uma higienização e torra para serem vendidos em pacote. A propriedade foi premiada no Cup of Excellence em 2017 e conta com uma cafeteria.



Hotel do Café — Rio das Flores (RJ)

Fundada em 1875 por um visconde que fez fortunas com o café, a Fazenda Guaritá é a única banhada pelo Rio Paraíba do Sul, o que contribui com sua paisagem. Hoje sedia o Hotel do Café, que é um tipo de viagem ao passado, com seu mobiliário antigo e objetos que foram da família imperial, além de um restaurante baseado em pratos da época dos barões. Os hóspedes chegam ao local de Maria Fumaça particular, que os levam do portão principal até o casarão principal.

Foto: divulgação/Hotel do Café

Hotel Fazenda Florença — Valença (RJ)

A família portuguesa Teixeira Leite teve grande importância na região do Vale do Paraíba, onde adquiriram a fazenda em 1852, atraídos pelo cultivo do café. A produção foi retomada em 2017, com o plantio de 23 mil mudas, que dão origem ao Café Florença. O cafezal é aberto à visitação temática, enquanto o hotel abre as portas da Cafeteria Firenze ao público geral.

Foto: divulgação

Foto: divulgação
Jardins Café — Curitiba (PR)

Uma das cafeterias mais bonitas de Curitiba, o Jardins valoriza a produção artesanal, compartilhando por meio de workshops conhecimento sobre café especial e as pessoas que transformam o produto em propósito de vida. Sediado em uma casa moderna de estilo alpino, conta com um agradável espaço para saborear um bom café ou drink, na companhia de docinhos que seguem a técnica das patisseries francesas.

Foto: divulgação/Jardins Café

Foto: divulgação/Jardins Café

Casarão Café Colonial — São José dos Pinhais (PR)

Não muito longe de Curitiba está o Casarão Café Colonial, que como indica o nome, serve buffet repleto de doces, salgados, geleias, sobremesas, pães, bolachas, e diversos outros produtos artesanais. Em funcionamento há 20 anos, o charmoso espaço é ideal para uma escapada da cidade grande, tendo como destaque o bolo de vinho para acompanhar o cafezinho.

Foto: divulgação

O Armazém Café — Londrina (PR)

Ocupando um casarão que tem ligação com a cultura cafeeira, o Armazém está na ativa há 17 anos, servindo cafés especiais e valorizando o pequeno produtor. Nas prateleiras se encontram microlotes e edições limitadas do Norte Pioneiro do Paraná e de todo o mundo. Um dos itens à venda mais interessantes é o Box de Amostras, uma caixinha com nove tubinhos de 20g, contendo cafés diferenciados em cada. Também serve doces e salgados artesanais.


Foto: divulgação
AHA! Cafés — Brasília (DF)

A microtorrefação artesanal na Asa Norte tem como diferencial as sacas de café especial, com foco em produtos artesanais e orgânicos, democratizando o acesso às variações brasileiras sem sair da cidade. A lojinha tem combos semanais promocionais para consumo na loja e oferta de itens veganos.

Foto: divulgação

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Conselho Deliberativo de Políticas do Café


O Conselho Deliberativo de Políticas do Café (CDPC), é uma entidade do Governo do Brasil, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, criado após a extinção do Instituto Brasileiro do Café, pelo Decreto 2047 de 1996.

O Conselho é o organismo responsável pelo gerenciamento das políticas públicas do café, no âmbito de produção, comercialização, exportação e marketing. É presidido pelo Ministro de Estado do Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O governo federal publicou NO DIA 18/10/19 - no Diário Oficial da União (DOU), decreto que reinstaura o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). O conselho será responsável por aprovar políticas públicas, pesquisas e demais ações para o setor de café. Além disso, o CDPC aprovará as contas do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

O decreto institui o Comitê Técnico do CDPC, que substitui os antigos Comitês Diretores.O CDPC foi extinto após decreto do presidente Jair Bolsonaro em abril/10 que previa a extinção de colegiados que não tenham sido criados por uma lei específica ou que estejam embasados em lei mas cuja composição tenha sido regulamentada por outras vias.

Conforme o documento, a composição do colegiado será formada por: 
I - o Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que o presidirá; 
II - um do Ministério das Relações Exteriores; 
III - três do Ministério da Economia; 
IV - dois do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
V - dois do Conselho Nacional do Café (CNC); 
VI - dois da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA);
VII - um da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic);
VIII - um da Associação Brasileira da Indústria do Café Solúvel (Abics);
IX - um do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) designou os novos representantes do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) com indicações do governo e das entidades representativas da cafeicultura.

A portaria, assinada pela ministra Tereza Cristina, foi publicada nesta segunda-feira (13) no Diário Oficial da União. 

O conselho deliberativo é composto por representantes dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Economia e das Relações Exteriores, além das seguintes entidades do setor: Conselho Nacional do Café (CNC), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a Associação Brasileira das Indústrias de Café Solúvel (ABICS).

Entre as atribuições do colegiado estão a aprovação do plano de safra para o setor cafeeiro e do programa de produção da exportação do produto, a autorização de programas e projetos de pesquisa e a avaliação das ações destinadas à manutenção do equilíbrio entre a oferta e a demanda do café.

A normativa também designa os representantes do Comitê Técnico do CDPC, criado para discutir as propostas que serão levadas ao pleno do Conselho. O Comitê também fará a a avaliação do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa, financiado em parte com recursos do Funcafé.


De acordo com a Secretaria de Política Agrícola do Mapa, com a publicação dos nomes, as reuniões do Conselho serão retomadas este ano. 

Informações à imprensa Coordenação-Geral de Comunicação
Inez de Podestà
imprensa@agricultura.gov.br

Café e jabuticaba unidos no Molho do Barão


Conheça o Molho do Barão, que uniu dois ingredientes bem mineiros, a jabuticaba e o café. Ele é produzido pela Sabarabuçu, a empresa que pretende criar a primeira agroindústria de beneficiamento de jabuticaba do Brasil ainda este ano.

Café e jabuticaba. Esses dois ingredientes mineiros foram unidos em uma receita que está fazendo sucesso. O Molho do Barão é uma criação da empresa Sabarabuçu, uma das mais tradicionais de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, e quem tem como principal matéria-prima a jabuticaba.

Meire Ribeiro, proprietária da Sabarabuçu, empresa que beneficia
cerca de 30 toneladas de jabuticaba por ano
( Foto: reprodução Instagram)

A proprietária da empresa, Meire Ribeiro, que também é presidente da Asprodejas, a Associação dos Derivados de Jabuticaba de Sabará, conta que o molho é assinado pela chef Rosilene Campolina. Elas se debruçaram sobre os testes e levaram cerca de seis meses para desenvolver o produto.

A ideia de fabricar um molho com a mistura de jabuticaba e café partiu da vontade de unir e valorizar dois sabores marcantes da identidade gastronômica de Minas Gerais. A jabuticaba é colhida em Sabará. Já o café utilizado na receita é cultivado na Serra da Mantiqueira.

O lançamento do novo produto foi feito com uma receita de filé mignon, musseline de batata baroa e figos, preparada pela chef Rosilene Campolina. Além de ser usado como ingrediente na preparação de pratos, o Molho do Barão é indicado também como acompanhamento de carnes, queijos e torradinhas.

Prato preparado pela chef Rosilene Campolina leva molho de jabuticaba com café
( Foto: reprodução Instagram)

A novidade, que recebeu o nome em homenagem aos antigos barões que cultivavam café no solo mineiro, já está sendo comercializada em feiras por todo o país. O produto também pode ser encontrado em empórios e grandes redes de supermercado como Verdemar e Epa Plus.

Planos para 2020

A história da Sabarabuçu começa em 2005 e a conexão entre a Meire e o negócio foi, digamos, obra do destino. Na época, ela se dedicava ao artesanato e era presidente de uma associação que representava as artesãs do município. Em busca de capacitação técnica para as associadas que trabalhavam com a jabuticaba, ela procurou a Emater. Os técnicos disponibilizaram um curso, mas precisavam montar uma turma com 15 mulheres. Só havia 14. Então, Meire se inscreveu para completar o grupo.

No curso, a então artesã aprendeu a fabricar geleias. Na primeira vez, produziu 200 potes, que foram vendidos na lojinha da associação. De lá pra cá não parou mais. Trocou o artesanato pelos derivados de jabuticaba e se tornou a maior produtora da região.

A Sabarabuçu processa cerca de 30 toneladas de jabuticaba por ano e tem, atualmente, um mix de 16 produtos. Entre as bebidas, estão o licor, a cachaça de cana curtida com jabuticaba e a aguardente feita somente de jabuticaba. A menina dos olhos é a Geleia Gold, que leva folhas de ouro comestíveis e surpreende os consumidores. E um dos produtos mais vendidos pela empresa, segundo a proprietária, é a mostarda de jabuticaba.
A Sabarabuçu tem uma linha com 16 produtos feitos com jabuticaba
( Foto: reprodução Instagram)

A empresária está cheia de planos para 2020. Ela conta que vai construir um espaço que será a primeira agroindústria de jabuticaba do Brasil. A planta da unidade, feita com o apoio da Emater, já está pronta. Assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Agricultura derem o sinal verde, as obras vão começar.

Meire, que é baiana, se mudou para Minas há 20 anos para acompanhar o marido que veio trabalhar em uma mina de ouro. Hoje, os dois se dedicam à produção de derivados de jabuticaba. “Viemos para Minas por causa do ouro e acabamos encontrando o ouro negro”, brinca a empresária.

Serviço:

Instagram: @sabarabucu

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

A saborosa complexidade do café


Como prazer sensorial, poucas experiências cotidianas podem competir com uma deliciosa xícara de café. O aroma sedutor do café quente e fresco é capaz de tirar dorminhocos da cama e atrair pedestres para bares, padarias e cafeterias. Milhões de pessoas, em todo o mundo, teriam dificuldade em travessar um dia inteiro sem o choque de clareza mental da cafeína do café.

PRESSÃO, TEMPERATURA E TEXTURA de pó são rigorosamente combinados para um bom café expresso Mas, por trás dessa bebida aparentemente simples, há uma enorme complexidade química. Sem um conhecimento profundo de como os caprichos da produção, torrefação e preparo dos grãos afetam minimamente as centenas de componentes que definem seu sabor, aroma e densidade, uma xícara de bom café seria uma ocorrência eventual e aleatória.

Os connaisseurs estão de acordo que o sabor máximo do café é o expresso. Essa xicarazinha de louça cheia até a metade, com uma infusão escura e opaca coberta por uma espuma marrom-avermelhada, aveludadamente espessa, chamada creme. Formado por minúsculas bolhas de gás envolvidas por uma fina película, o creme retém os sabores e aromas característicos do café, além de preservar muito do seu calor.

O expresso – a palavra se refere a um pedido feito para a ocasião – é preparado coando-se rapidamente uma pequena quantidade de água aquecida e pressurizada através de um bolo comprimido de grãos de café torrados, moídos em pó muito fino. O líquido concentrado resultante contém não somente sólidos solúveis, mas uma gama diversificada de substâncias aromáticas numa emulsão dispersa de gotículas de óleo, que, juntas, dão ao expresso seu rico sabor, cheiro e prazer gustativo.

Os aficionados consideram o expresso tirado com perfeição, o máximo do café, porque seu preparo especial amplifica e exibe as características inerentes dos grãos. O expresso é útil para nossos objetivos por se tratar, na verdade, de uma destilação de todas as numerosas técnicas com as quais o café pode ser feito. Incluindo-se o método turco e vários processos de infusão e de filtragem. 

Conhecer o expresso é conhecer o café em todas as suas formas.,O café de alta qualidade provém da manutenção de um controle cuidadoso sobre uma multiplicidade de fatores, no cafezal, na planta e na xícara.

O cultivo de café acarreta uma miríade de variáveis que devem ser monitoradas e reguladas. Depois que o grão cresce, nada pode ser acrescentado ou retirado dele: a qualidade já deve estar presente. Para uma única dose de expresso, são necessários de 50 a 55 grãos torrados de café; um único grão imperfeito afeta o resultado o bastante para ser perceptível. Isso acontece porque o olfato e o paladar humanos originaram-se como mecanismos de defesa aos nossos ancestrais para evitar o consumo de alimentos deteriorados. Apenas a tecnologia moderna permite identificar, de forma econômica e consistente, 50 grãos praticamente perfeitos.

Plantando o café

GRÃOS DE CAFÉ NATURAIS são as sementes de plantas pertencentes à família Rubiaceae, que engloba pelo menos 66 espécies do gênero Coffea. As duas espécies que são exploradas comercialmente são a Coffea arabica, que responde por dois terços da produção mundial, e a Coffea canephora, freqüentemente chamada de robusta, com um terço da produção global. As plantas de robusta e todas as espécies silvestres de café têm 22 cromossomos, enquanto as de arábica têm 44. Portanto, o arábica não pode ser cruzado com as demais espécies de café para produzir uma planta híbrida.

O robusta é uma árvore muito produtiva e resistente a doenças, de até 12 metros de altura, que cresce bem em climas quentes e úmidos. Produz um café que exibe densidade substanciosa, aroma relativamente áspero de terra e uma quantidade de cafeína entre 2,4% e 2,8% do peso. O arábica, originário das montanhas da Etiópia, é uma árvore delicada, de produção entre pequena e média, e porte de cinco e seis metros de altura, que requer clima temperado e cuidados consideráveis. Os pés cultivados comercialmente são podados a uma altura entre 1,5 e 2 metros.

O café feito de grãos de arábica tem aroma intenso e intrincado, que pode ser reminiscente de flores, fruta, mel, chocolate, caramelo ou pão torrado. A quantidade de cafeína do arábica nunca ultrapassa 1,5% do peso. Por sua qualidade e sabor superiores, o arábica é mais caro que seu primo mais rústico.

Uma boa chuva induz os pés de café arábica a florescerem. E cerca de 210 dias mais tarde, frutos vermelhos ou amarelos aparecem. Cada fruto contém duas sementes oblongas – os grãos de café. Como a flor e o fruto podem estar presentes na planta ao mesmo tempo, no mesmo galho, o indicador e o polegar de quem faz a colheita são as ferramentas ideais para se retirar apenas os frutos maduros.

A qualidade final dos grãos de café depende da genética da planta, do solo onde ela cresce e do microclima, que engloba fatores como altitude, quantidade de chuva e de sol, além de flutuações diárias de temperatura. Junto ao processo de torrefação aplicado, essas combinações agrícolas e geográficas são responsáveis pelas diferenças de sabor entre as muitas variedades de café que os fornecedores combinam para produzir as bebidas.

Processando o café

OS FRUTOS DO CAFÉ devem ser processados imediatamente após a colheita, para evitar que se estraguem. Os produtores empregam dois métodos de processamento: secagem ao sol e lavagem. A secagem ao sol eficaz é obtida espalhando-se os frutos num pátio (o terreiro), remexendo-os freqüentemente para aquecimento e arejamento por igual.

Os frutos secos passam por uma máquina que esmaga e, em seguida, remove as cascas e retira a membrana que envolve os grãos, soltando-os para que sejam selecionados e ensacados. Na abordagem alternativa, o fruto é mecanicamente despolpado, lavado e finalmente seco, com a membrana removida. O objetivo de ambas as técnicas é o mesmo: reduzir os 65% de água contidos no fruto para um grau de umidade entre 10% a 12% do contido em um grão de café natural, ou verde, de primeira qualidade.

Um dos maiores desafios para se produzir um café de qualidade superior é assegurar-se de que se começa com grãos verdes excepcionais.

Produtores especiais, como a Illycaffè, de Trieste, na Itália, usam técnicas sofisticadas de controle de processo, inclusive análises de fluorescência ultravioleta para achar grãos embolorados e mapeamento tricromático para gerar uma impressão digital colorida de cada lote de grãos.

Um grão de café maduro perfeito é composto por células com paredes extremamente grossas: de cinco a sete mícrons, uma exceção no reino vegetal. Durante a torrefação, essas células de 30 a 40 microns de diâmetro atuam como pequenos reatores onde ocorrem todas as reações químicas chaves provocadas pelo calor que gera a fragrância e o sabor sedutores do café. As células dos grãos verdes apresentam paredes mais finas. Grãos não-amadurecidos estão desprovidos de importantes proteínas precursoras aromáticas que se desenvolvem nos últimos estágios do processo de amadurecimento. Grãos fermentados são compostos de células que perderam esses ingredientes cruciais devido ao mofo ou bactérias.

Torrando o café

A TORREFAÇÃO é um processo pirolítico (induzido pelo calor) que amplia a complexidade química do café. O aroma do café verde contém cerca de 250 espécies moleculares voláteis diferentes, enquanto o do torrado possui mais de 800. Quando submetido ao aquecimento gradual de uma torrefadora (basicamente um grande cilindro rotatório quente), a água residual dentro de cada célula é convertida em vapor, que promove várias reações químicas complicadas entre a cornucópia de açúcares, proteínas, lipídeos e minerais contidos no seu interior (ver box na página 56).

Sob temperatura alta, entre 185 e 240 graus Celsius, os açúcares se combinam com aminoácidos, peptídeos e proteínas, de acordo com um conhecido processo de caramelização chamado reação de Maillard.

Os produtos finais são glicosilamina e melanoidinas, marrons e agridoces – que dão o gosto dominante do café -, junto com dióxido de carbono (até 12 litros por quilograma de café torrado).

Simultaneamente, uma vasta gama de moléculas aromáticas menores emergem; esses compostos voláteis dão ao café sua fragrância familiar. A pressão no interior de cada célula aumenta para até 20 a 25 atmosferas, à medida que o vapor e o dióxido de carbono tentam escapar, mas acabam presos por paredes celulares grossas e pouco porosas, além de uma camada de óleo. Algumas células explodem, provocando os estouros característicos do café sendo torrado.

Durante a torrefação, o volume do grão de café aumenta em 50% ou mais, enquanto a massa do grão diminui em um quinto. Dependendo das temperaturas e dos procedimentos aplicados, o processo de torrefação pode durar de 90 segundos a 40 minutos. Doze minutos é a duração tradicional.

A termodinâmica das reações intracelulares varia de acordo com o tempo de torrefação, assim como o resultado final. Um tempo curto, que requer uma grande quantidade de energia térmica, minimiza a perda de peso, mas dá ao café um amargor metálico devido à presença de polifenóis que não tiveram tempo para reagir apropriadamente. Períodos longos de torrefação, usados freqüentemente em países mais pobres, onde muitos consumidores só podem comprar grãos defeituosos e baratos, expulsam todas as fragrâncias e os sabores indesejáveis.

Infelizmente, os gostos e aromas também se perdem, deixando o café amargo. Quanto mais alta a temperatura final da torrefação, menos desejável será o aroma e mais forte o amargor. Da mesma forma, temperaturas de torrefação baixas não desenvolvem inteiramente aromas desejáveis. Nesse caso, a acidez pode predominar.

Cheirando o café

A CIÊNCIA DO AROMA é extremamente complexa. Os pesquisadores costumam analisar as fragrâncias que surgem durante a torrefação dos grãos de café por meio da cromatografia a gás aliada à olfatometria, quando provadores treinados aspiram e definem o cheiro de cada elemento reconhecível. A espectrometria de massa é então aplicada com freqüência para identificar a composição química de cada odor.

Cheirar os aromas de café torrado que foram fracionados por um cromatógrafo de gás é uma experiência interessante: pode-se reconhecer os aromas de rosas, de chá de Darjeeling, de chocolate, de baunilha e de violeta, assim como os de trufas, sopa, queijo, suor e até mesmo o que é chamado de cheiro de gato que, se diluído, lembra o do vinho Sauvignon Blanc. Mas, numa amostra concentrada, é repugnante.

Nos laboratórios da illycaffè, os técnicos se concentram nos odorantes mais fortes. Imagine ouvir a gravação de um coral de 800 cantores que inclua as fortes vozes solo de Jessye Norman, Luciano Pavarotti e outras virtuoses que tendem a dominar o conjunto. Se o volume do play-back for reduzido, as vozes mais fortes ainda seriam reconhecíveis, mesmo com o som do coral diminuindo.

A diluição do aroma do café é análoga: depois de um determinado ponto, apenas os compostos mais fortes são percebidos. Infelizmente, as moléculas mais fortes no cheiro de uma amostra de café são aquelas provenientes de grãos defeituosos.,Moléculas como o etilbutanato e etilglicolato, responsáveis pelo aroma desagradável dos grãos imaturos, arruínam uma xícara de café.

Da mesma forma, moléculas de metiloborneol e tricloroanisol (TCA) produzem o característico cheiro de terra, química característica dos cafés robusta. O TCA, que também é chamado de Bebida Rio, porque foi descoberto pela primeira vez em cafés plantados ao redor do Rio de Janeiro, pode ser encontrado também em vinhos. Sua penetração no sistema olfativo humano é incrivelmente pequena – seis milionésimos de um bilionésimo de grama por mililitro.

O grande passo na transformação de grãos de café em uma xícara de expresso é a extração dos componentes ativos no café torrado e moído por água quente. A interação entre água quente e pó de café é, no entanto, sutilmente diferente quando se faz café de filtro normal e expresso.

Quando o café de filtro é preparado, a água quente passa através de um agregado relativamente solto de pó de café de tamanho médio. Durante os quatro a seis minutos de contato com a água fervente, a maior parte das substâncias solúveis presentes no café torrado passa à solução.

Assim, grandes quantidades de ácidos altamente solúveis e cafeína se dissolvem na xícara. Em contraste, o tempo muito mais curto de filtragem do expresso permite que menos ácido e apenas 60% a 70% da cafeína dissolvam-se na infusão.,Preparando o café

O PREPARO DO EXPRESSO requer equipamento especializado, capaz de aquecer a água a temperaturas entre 92 e 94 graus Celsius e pressurizá-la em nove atmosferas. O café, moído em uma consistência entre fina e média, é colocado numa bandeja perfurada e comprimido firmemente para criar um leito compactado de partículas. As partículas de pó comprimido aderem às demais graças a uma fina camada de óleo, viscosa como mel.

O óleo faz com que as partículas fiquem aderidas num labirinto condensado de minúsculas passagens de ar. Testes demonstraram que a resistência hidráulica desse leito de pó de café deve ser um pouco menor que a extração a água fervente, permitindo que ela flua numa velocidade de, aproximadamente, um milímetro por segundo. Usando os 30 segundos de filtragem recomendados, um balconista treinado produz cerca de 30 mililitros de café denso coberto pelo importantíssimo creme.

Se a cor da espuma for clara, significa que o expresso foi subextraído, provavelmente porque o pó estava grosso, a temperatura da água era excessivamente baixa, ou o tempo curto demais. Se a cor do creme for muito escura e houver um \’buraco\’ no centro, é provável que a consistência do pó estivesse muito fina, ou que sua quantidade fosse excessiva. Um expresso superextraído exibe, ou uma espuma branca com bolhas grandes, se a água estava quente demais, ou somente uma mancha branca no centro da xícara, se o tempo de filtragem tiver sido demasiado.

O processo de filtragem também leva embora componentes presentes na superfície do pó de café, incluindo óleo cheio de aroma e pedaços da estrutura celular. A alta pressão gerada pela máquina de expresso emulsifica uma pequena quantidade dos óleos, cerca de 0,1 grama por xícara.

As células intactas no pó criam uma efervescência fina, derivada de gases (especialmente dióxido de carbono) que passam por poros minúsculos nas paredes das células. Um pouco do pó fino pode chegar à bebida, junto com fragmentos de paredes de células e isso dá ao creme espumoso o que é chamado de aspecto de pele de tigre.

O resultado final é um sistema polifásico coloidal, onde moléculas de água são ligadas às bolhas de gás, às gotículas de óleo e a fragmentos sólidos dispersos, todos eles de tamanho inferior a cinco mícrons.

O caráter coloidal da dispersão dá à bebida alta densidade, alta viscosidade e baixa tensão superficial. Assim, o expresso recobre visivelmente nossa língua e continua a soltar os voláteis aromáticos dissolvidos nos óleos emulsificados enquanto permanecer nela. São esses portadores oleosos de sabores que fazem com que o grande gosto e aroma de um bom expresso possam ser saboreados por até 20 minutos depois de ele ter sido bebido.

Felizmente, quem toma café não precisa saber nada sobre a sua química complexa para apreciá-lo.

OUTRAS TÉCNICAS PARA COAR CAFÉ

MÉTODOS DE FILTRAGEM (máquinas automáticas, Melitta). Estas técnicas populares empregam pó de café fino em receptáculos recobertos com filtro de papel. Um pó de grossura média deve ser usado com filtros reutilizáveis.

Existem dois segredos para se obter café de qualidade superior usando-se esses processos: primeiro, jogue água fervente no filtro para remover o cheiro de papel; segundo, certifique-se de que a água quase fervendo leva não mais do que de quatro a seis minutos para passar pelo pó, produzindo portanto níveis de extração ideais. O tempo de filtragem de uma máquina automática pode ser controlado calculando-se a quantidade de água para que ela flua nos quatro a seis minutos recomendados.

Método francês.
Este aparelho banha o café na água quente antes que o pó seja filtrado. Junte água quente e pó de café grosso no recipiente e deixe descansar por dois a cinco minutos, dependendo da densidade desejada. Depois pressione o filtro de metal vagarosamente para baixo, empurrando o pó para o fundo.

Método turco.
Ao contrário de outros processos de filtragem, é desejável que o café possa ferver delicadamente quando se usa este método.

Misture quantidades iguais de pó de café, água e açúcar num recipiente especial denominado ibrik, que é levado diretamente ao fogo. Mexa a mistura enquanto ela atinge vagarosamente a fervura. Pare de mexer quando o pó do café não ficar mais grudado na colher. À medida que a infusão começa a ferver e a criar espuma, remova o ibrik do fogo. Bata o ibrik para reduzir um pouco a espuma. Repita o processo pelo menos duas outras vezes. O resultado é uma infusão espessa e doce.

Adaptado de The Great Coffee Book, de Timothy J. Castle e Joan Nielsen (Ten Speed Press, Berkeley, Califórnia, 1999).,PARA CONHECER MAIS

Coffee, Vols. 1-6. R. J. Clarke e R. Macrae. Elsevier Applied Science, 1985.
Coffee: Botany, Biochemistry and Production of Beans and Beverage. M. N. Clifford e K. C. Willson. Croom Helm, Londres, 1985.
Caffeine, Coffee and Health. Editado por S. Garattini. Raven Press, 1993.
Espresso Coffee: The Chemistry of Quality. A. Illy and R. Viani. Academic Press, 1995.
Coffee: Recent Developments. R. J. Clarke e O. Vitzthum. Blackwell Science, 2001.
International Coffee Organization: www.ico.org
International Scientific Association of Coffee: www.asic-cafe.org
Informações fornecidas pela indústria do café sobre café, cafeína e saúde

FONTE