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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cafeterias e o Café do Próximo!

Gente seguindo o aroma do café encontrei lá no Bistrozinho uma história do café genial. A cada dia eu me surpreendo com histórias e tradições como essa que fazem do papo num café ser sempre uma caixinha de surpresas!

Saudosismo Café
A história das cafeterias que mais gosto (Michel Auki, publicitário - São Paulo/SP, blogueiro do Bistrozinho), começou na Repúplica Tcheca, em Praga. Lá, o compositor Jan Burian escreveu o livro "Isn't there a suspended coffee anywhere?", mais conhecido como: The Hanging Coffee, que conta a história de um personagem que entra num café, o U Zavešenýho Kafe e toma um café. Contudo, na hora de pagar, paga dois cafés. E explicou ao atendente: "Pago o meu e deixo um pendente". Deixando um café pago para o próximo que pedisse um café.

Foi aí que surgiu o Hanging Coffee, Café Pendente ou o Café do Próximo, para o caso de surgir alguém sem trocado para um cafezinho. Assim, o cliente pede um café, e se quiser pode pagar por dois. Então, o responsável pelo café ou o cliente escreve numa lousa fixada a porta que há um café pendente. As vezes há 2, 3 ou nenhum.

Jan Burian nasceu em Praga em 1952. Seu pai era compositor e diretor de um moderno teatro. Sua mãe era escritora. Ele estudou jornalismo na Universidade Charles. Como pianista ele tem mais de 3800 espetáculos encenados em clubes e teatros em torno da República Checa e República Eslovaca. Suas obras: The Hour of Spirits; Quick, before I forget it!; Isn't there a suspended coffee anywhere?; Anything about New York; Anything about Denmark; Travelogues from the way to Iceland, to Chile, to Portugal etc; Ele também fez onze álbuns de suas canções baseadas na poética tradicional.

Aqui no Brasil creio que só o Café Severino, que fica dentro da Livraria Argumento, do Rio de Janeiro, faz essa tradição. Quem chega sem dinheiro no Café Severino, inaugurado em 1996, e vê ali no quadro que há um café pendente, pode pedi-lo sem constrangimento. Quando voltar outro dia, poderá, se quiser, retribuir a gentileza deixando um café pago para o próximo que estiver desprevenido. E assim mantém-se a corrente e ninguém fica sem café.

Aqui, o cliente pode ler os livros que adquiriram na livraria enquanto saboreia um bom café.

A origem do nome Severino é curiosa e, ao mesmo tempo, controversa. Pensando em um nome para o café, a direção da Argumento decidiu por um nome bem brasileiro. Outra versão diz que Café Severino é uma homenagem a um homônimo funcionário nordestino que colaborou muitos anos com a livraria.

O bom gosto verificado na loja estende-se às delícias do Café Severino, que atende a paladares exigentes, quer seja em literatura, quer seja em gastronomia.

Em São Paulo, apesar de termos um boom de cafeterias novas nos últimos anos, ainda não tem nada semelhante.

Imagine se a moda pega e em todos os estabelecimentos comerciais do país, houvesse um tipo de quadro-negro avisando as pendências destinadas ao próximo...

As cafeterias sempre foram e sempre serão um espaço frequentado por pessoas que não abrem mão de conversar, ler, escrever... enquanto apreciam uma ou mais xícaras de café.

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