A semente do café é uma pequena esfera verde, que quando atinge o estado maduro para a colheita tem um vermelho intenso. Cada fruto costuma possuir duas pequenas sementes semi-esféricas com seus lados planos virados para si.
O café é constituído majoritariamente de endosperma que contém altas quantidades da subtância cafeína ( 0.8 - 2.5% ), nomeada a partir da semente. A semente possuiu grande importância comercial, como é usada para produzir o café (bebida) e é um produto de exportação significativo para muitos países.
O grão do café tem origem arábica e não foi utilizada para produzir bebidas amplamente até o século X, quando a bebida passou a se disseminar pelo oriente médio. A Europa não teve contato com a bebida em larga escala até o século XVII através do comércio no Mediterrâneo, com as cidades de Veneza e Marseille em destaque. No século XVIII cafeterias se disseminaram na Europa e o fruto ficou muito conhecido, com o café assumindo papel social. Com a evolução do valor da semente, o café foi levado a diversos continentes, incluindo o Brasil no século XVIII.
A história do café começa no século IX. Considera-se que o cafeeiro seja originário da Etiópia onde ainda hoje ocorre in natura. As evidências botânicas sugerem que a planta do café origina-se na Etiópia Central (onde ainda crescem vários milhares de pés acima do nível do mar). Ninguém parece saber exatamente quando o primeiro café foi tomado lá (ou em qualquer parte), mas os registros dizem que foi tomado em sua terra nativa em meados do século XV.
O café foi levado à Arábia entre os séculos XIII e XIV e em 1690 os holandeses levaram-no para Ceilão e, logo depois, para Java. Em 1706 algumas mudas foram levadas ao Novo Mundo pelos holandeses que a introduziram inicialmente no Suriname. Também sabemos que foi cultivado no Iêmen (antes conhecido como Arábia), com a aprovação do governo, aproximadamente na mesma época, e pensa-se que talvez os persas levaram-no para a Etiópia no século VI d.C., período em que invadiram a região.
O café foi difundido para o mundo através do Egito e da Europa. O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia. Antes de chegar ao Velho Continente, o caffé (em italiano) primeiro se tornou conhecido dos africanos e dos árabes. Na Etiópia, sua terra natal, era consumido como manteiga sob a forma de pasta. Tornou-se bebida na Arábia do Sul já que ajudava alguns povos locais a se manterem acordados para suas preces noturnas.
No final da Idade Média, o café passou a ser oferecido em estabelecimentos do Cairo e de Meca, apesar das resistências dos grupos fundamentalistas islâmicos, que por suas qualidades estimulantes condenavam seu consumo.
Comercializado pelos turcos com as cidades italianas, entre as quais especial destaque para Veneza, o Kaffee (em alemão) foi ganhando terreno em outros países da Europa a partir de estabelecimentos em que as pessoas se sentiam confortáveis para reunir-se e conversar. Esses pontos de encontro tinham ambientes sofisticados e agradaram muito as camadas dominantes e ascendentes, como a nobreza e os burgueses.
O crescente consumo de café em terras européias durante os séculos XVII e principalmente XVIII motivou a ampliação das áreas de plantio, já que os árabes não conseguiam abastecer de forma satisfatória a crescente demanda. Isso fez com que os holandeses conseguissem alguns pés de café e os levassem para suas colônias orientais em Java e no Sri Lanka.
Depois de algum tempo essas plantas foram também transplantadas para terras americanas controladas pelos batavos, como a Martinica, São Domingos e o Suriname. A França e a Inglaterra se mostraram igualmente dispostas a trabalhar com o café em virtude de suas grandes possibilidades comerciais e implementaram plantações na Guiana Francesa e na Jamaica.
Enquanto isso, comerciantes europeus da Holanda, Alemanha e Itália certamente estavam exportando grãos e, também, tentando introduzir a lavoura em suas colônias. Os holandeses foram os primeiros a iniciar o cultivo comercial no Sri Lanka, em 1658, e então em Java, em 1699, e por volta de 1706 eles estavam exportando o primeiro café de Java e estendendo a produção para outras partes da Indonésia.
Em 1714, os holandeses bem-sucedidos presentearam Luís XIV da França com um pé de café que cresceu numa estufa em Versailles e quando deu frutos, as sementes foram espalhadas e as mudas foram levadas para o cultivo na ilha de Réunion, na época chamada de Ilha de Bourbon. Os estabelecimentos comerciais na Europa consolidaram o uso do café, e diversas casas ficaram mundialmente conhecidas.
A variedade de arbustos de café que se desenvolveu daquela árvore em Paris tornou-se conhecida como o café Bourbon e foi a fonte original de grãos hoje conhecidos no Brasil como Santos e no México como Oaxaca.
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