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segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Febre STARBUCKS


Conheça a relação entre Starbucks e os plantadores de café. Um livro que vai fazer você ver o café, a cultura e os negócios de um jeito diferente.

O autor Taylor Clark mostra que o café consumido pelos norte-americanos era muito ruim, e que o padrão de torra do grão no ponto-de-venda inicial em Seattle ajudou a mudar os paradigmas de qualidade e de consumo do produto no país, fazendo com que hoje os cientistas já detectem cafeína em muitos rios, lagos e baías dos Estados Unidos, e até mesmo na água tratada para consumo humano.

A Febre Starbucks mostra o incrível crescimento da Starbucks e o frenesi de consumo de cafeína ao redor do mundo, que impulsionou o sucesso da rede.

A obra combina uma investigação de peso com observações inteligentes, mostrando como uma grande empresa que vende um produto simples e tradicional - como uma aura de status social - está conseguindo influenciar o cotidiano e os padrões culturais do mundo todo. Saiba como a Starbucks abre seis lojas por dia no mundo (mais de 13 mil lojas).

Em 1971 na cidade norte-americana de Seattle surgia um discreto ponto-de-venda de café em grãos de alta qualidade. Alguns anos mais tarde, um ex-vendedor de utensílios domésticos, que trabalhava na já então pequena rede de cafeterias, comprou-a de seus donos e, com uma estratégia inusitada, a transformou num império mundial, com milhares de filiais em cerca de 40 países, abrindo seis novas lojas por dia, e atendendo mais de 40 milhões de freqüentadores semanais.

Em 1987, a cadeia era composta por 11 lojas nos EUA. Foi neste momento que surgiu um certo Howard Schultz comprou a rede e a transformou neste ícone que é, como a Coca-Cola, Mc Donalds, etc. Schultz, um executivo que trabalhava numa empresa de utensílios domésticos, notou que em seus relatórios que uma tal Starbucks Coffee, Tea and Spice de Seattle fazia grandes pedidos de um certo modelo de cafeteira, mais do que a gigante Macy's. Curioso com o dado inusitado, Schultz começou a investigar pessoalmente o caso e a ficar apaixonado pela empresa. Ele ficou encantado com a cafeteria e tratou de pedir emprego na Starbucks Coffee, contribuindo com diversas idéias de crescimento.

Não demorou muito para o experiente executivo de vendas começar a implorar a Jerry Baldwin – um intelectual de Berkeley que havia bolado a Starbucks como um típico empreendimento anticapitalista – que criasse um cargo de diretor de marketing que ele pudesse ocupar.

Pouco depois a empresa o mandou a Milão para uma exposição de utensílios domésticos. Um dia, no caminho entre o hotel e o centro de convenções onde acontecia o evento, Schultz por acaso entrou num café. Depois do que viu ali ele começou a percorrer todos os outros cafés da cidade, com o coração disparado.

Em Milão estava uma abordagem totalmente diferente do seu produto: enquanto a Starbucks basicamente se limitava a vender pacotes nas suas lojas especializadas, aqueles sujeitos tinham criado pólos de convivência social, como verdadeiras festas que não tinham hora para começar ou terminar. E, em vez de ir lá uma vez por semana para comprar o pacotinho de pó de café, os italianos visitavam seus cafés várias vezes por dia.

Schultz insistia freqüentemente na ampliação da rede, mas as suas idéias não eram aproveitadas. Então, Schultz saiu da Starbucks Coffee e criou uma loja concorrente. Em 1987 acabou comprando a empresa. Ao passar para o nome de Schultz, nesse ano, a rede Starbucks era composta por 11 lojas; pouco menos de três anos mais tarde, o empresário já comandava 85 cafeterias.



O livro mostra como Schultz adotou uma estratégia completamente inovadora de expansão: a abertura de filiais praticamente ao lado ou em frente a outra loja da rede. E revela se a tática acaba com a concorrência e como o movimento da rede afeta o dia-a-dia das pessoas, modifica a vizinhança dos locais onde ela se instala e até a maneira como nos socializamos.

A partir disso, a história virou lenda e em cada esquina nos EUA tem uma Starbucks. Ela simplesmente mudou os hábitos cafeínos do povo americano, que estava acostumado com aquele chafé feito em casa para a cultura do espresso e todos os demais produtos à base de café.



A estratégia de ter um ponto-de-venda a poucos passos de um outro da mesma rede acaba com a concorrência? Você sabia que as filiais ficam próximas a lavanderias e locadoras de DVD, para que os clientes tenham dias oportunidades de comprar café? Uma quando vão entregar algo, outra quando vão retirar. (O Brasil tem lojas em São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro).

Este é apenas um dos temas abordados em A Febre Starbucks – Uma dose dupla de cafeína, comércio e cultura (Matrix Editora, 408 páginas, tradução de Daniela P. B. Dias). O livro é o primeiro a mostrar o incrível crescimento da Starbucks e o frenesi de consumo de cafeína ao redor do mundo, que impulsionou o sucesso da rede.

Curiosidades e informações para se pensar



A Febre Starbucks mostra ainda uma breve história do café; que as filiais ficam próximas a lavanderias e locadoras de DVD, para que os clientes tenham duas oportunidades de comprar café: uma quando vão entregar algo, outra quando vão retirar; a relação entre Starbucks e outras multinacionais com os plantadores de café; de onde veio o nome da companhia; como a Starbucks mudou os padrões de se servir café e o interior das cafeterias americanas

O livro combina uma investigação de peso com observações inteligentes, mostrando como uma grande empresa que vende um produto simples e tradicional – com uma aura de status social – está conseguindo influenciar o cotidiano e os padrões culturais do mundo todo. Um livro para ver o café, a cultura e os negócios de um jeito diferente.

O autor

Taylor Clark cresceu na cidade de Ashland, no Oregon, e estudou no Darthmouth College. Depois de concluir seu curso universitário, ele foi trabalhar no semanário alternativo de Portland Willamette Week, primeiro como repórter freelancer e em seguida como contratado da editoria de notícias. A idéia para este livro nasceu de uma matéria de capa escrita quando Clark trabalhava para eles. Em 2004, ele deixou a equipe do jornal e, meses depois, começou a trabalhar neste texto. Clark hoje vive em Portland, Oregon, e, quando o assunto é café, prefere um bom Yergacheffe vindo da Etiópia.

A FEBRE STARBUCKS: UMA DOSE DUPLA DE CAFEINA, COMERCIO E CULTURA, 407 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2007 - ANO EDIÇÃO: 2008
AUTOR: Taylor Clark
TRADUTOR: Daniela P. B. Dias

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