Total de visualizações de página

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Brasil divulgou cafés especiais em feira nos EUA



A expressão “Specialty Coffee”, que significa “Café Especial”, foi cunhada pela Sra. Erna Knutsen, tradicional importadora de cafés finos de San Francisco, CA, e uma das mentoras e fundadoras da SCAA.

Começava a primeira onda dos cafés especiais: era especial tudo o que pudesse ser diferente, exótico, que tivesse bebida de alta qualidade e que fosse fruto de um relacionamento entre produtores e comerciantes.

A primeira resposta brasileira a essa nova onda foi a fundação da BSCA ou ABCE – Associação Brasileira de Cafés Especiais. Esta entidade foi formada por um grupo de grandes fazendas, todas com estrutura empresarial, e que já desenvolviam serviços de exportação. Caso da Ipanema, que hoje já não mais faz parte da entidade, e a Agribahia.

Nos anos 90, com o surgimento das associações de cafés especiais em vários países produtores, um conceito começou a ser muito difundido: o “Estate Coffee” que significa “café de propriedade”, identificando um café que foi produzido numa fazenda específica. Em boa parte dos casos, nos vários países produtores, foram as fazendas com estrutura empresarial que aplicaram eficientemente o conceito de “Estate Coffee”, criando marcas que conquistaram clientes em diversos países consumidores. “Monte Alegre” e “La Minita” são marcas que passaram a se confundir com a própria Fazenda ou Finca.

Mas, o início de 2000 reservava uma nova onda: as Indicações Geográficas.

Com base na experiência vitoriosa dos vinhos, algumas origens produtoras de café iniciaram movimento para que fossem reconhecidas pelos atributos da bebida, que poderia se tornar um grande diferencial.

A lógica das Indicações Geográficas baseia-se em se correlacionar, inicialmente, um produto ou um serviço com uma extensão territorial demarcada.

Neste caso mais simples, que no Brasil recebeu o tratamento de Indicação de Procedência, o elemento que tem peso decisivo é o que se denomina “notoriedade”.

Para que a localidade possa receber o reconhecimento como tal deve obrigatoriamente ter construído seu nome no mercado. Por exemplo, são famosas as facas de aço inox produzidas em Sölingen, na Alemanha, os artigos de vidro multicoloridos de Murano, na Itália, ou, ainda, um café em grãos para espresso da Itália.

Como no velho ditado: “Faça a fama e deita-te na cama.”

Mas, o caso mais sofisticado é da Denominação Geográfica, que se aplica exclusivamente a produtos de origem agropecuária, pois recebem influência direta das condições geográficas de sua área de produção.

Solo, clima e varietais empregadas fazem produzir algo único!

Exemplos?

Os vinhos de Bordeaux e Champagne, da França, o vinho Tokaji, da Hungria, o queijo de Parma, da Itália, e até a cachaça de Salinas, do Brasil: cada qual possui suas características particulares.

Para completar, é necessário que o processo produtivo seja codificado, isto é, que existam normas de produção perfeitamente definidas, com parâmetros claros e especificações de produto que possam ser verificados continuamente.

A existência de um órgão controlador ou regulador também é muito importante, que institucionalize a extensão territorial, defina o processo de produção e, finalmente, garanta a qualidade e idoneidade do produto.

Casos no café?


No México temos o Café de Veracruz, que é um caso de Denominação de Origem, pois seu processo foi todo desenvolvido segundo regras do OMPI – Organização Mundial de Propriedade Intelectual.

No Brasil, há o caso do Café do Cerrado, Cerrado Mineiro, que se trata de Indicação de Procedência.

Os produtores da micro-região da Serra da Mantiqueira também estão solicitando sua Indicação de Procedência, graças aos excepcionais resultados em concursos de qualidade ao longo dos últimos anos e que alçaram o Café da Serra da Mantiqueira ao reconhecimento internacional.

A 23ª Feira da Associação Americana de Cafés Especiais foi realizada nesta quinta-feira, 28 de abril, em Houston. Estande brasileiro apresentou regiões produtoras por meio de recursos digitais, como o aplicativo para IPAD.

O uso de recursos digitais marca a nova estratégia do governo brasileiro para divulgar o café nacional. A partir desta sexta-feira, 29 de abril, o público que visitar a 23ª Feira da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, na sigla em inglês), em Houston (EUA), vai conhecer mais sobre os grãos de alta qualidade do país por meio de ferramentas, como aplicativo para Ipad com informações sobre as 12 regiões produtoras. O Brasil é o país tema do evento.

O estande brasileiro, que tem apoio do Ministério da Agricultura, reuniu a diversidade de aromas e sabores do grão nacional que serão divulgados por intermédio da marca “Cafés do Brasil”. No local, também houve degustação durante os dias da feira que acontece até o dia 1º de maio, no centro de convenções George R. Brown. No local, os visitantes da feira também poderão entreter-se com outra ferramenta digital, um jogo onde o desafio é montar receitas de bebidas de café.

A abertura oficial foi realizada às 17h30 (20h30, horário de Brasília) desta quinta-feira, 28 de abril, com o discurso do diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Robério Silva. “O Brasil pode fornecer os cafés especiais que o mercado precisa. E o país é um fornecedor importante desse tipo de café cultivado de forma sustentável”, afirma Silva.

Nesta feira vamos mostrar o quanto o Brasil amadureceu desde a última vez que foi país tema do evento do SCAA, há 11 anos. Naquela época, a produção de cafés especiais era exceção e agora é regra”, analisa Vanúsia Nogueira, diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês), entidade que está promovendo a participação brasileira no evento. Além do Ministério da Agricultura, também apoiam o estande do Brasil, a APEX-Brasil e o Sebrae.

A delegação brasileira terá mais de 500 pessoas entre produtores, torrefadores, baristas, especialistas e pesquisadores. Os participantes do Brasil incluem ainda representantes do governo, como Ministério da Agricultura e Ministério das Relações Exteriores. Nos três dias da feira da SCAA são esperadas cerca de oito mil pessoas de vários países. (Laila Muniz)

FONTE

Pantanal News

The Coffe Traveler

Nenhum comentário:

Postar um comentário