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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bolsa Oficial de Café: Patrimônio Nacional


Santos recebe exposição Bolsa do Café: Patrimônio Nacional -Exposição retrata símbolo do ciclo econômico do café no Brasil

O café chegou ao Brasil em 1727 trazido pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta, oriundo da Guiana Francesa, a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara para lá especificamente com essa missão. Ele não imaginava que estava trazendo consigo o que viria a ser uma das mais tradicionais e importantes bebidas nacionais.

Anos mais tarde o café emergiu para a posição de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou à produção de riquezas.

Os barões do café impulsionaram o mercado de arte brasileiro. O dinheiro vindo das plantações financiou a produção de retratos, que até então era exclusividade dos senhores de engenho e da borracha. Estes estimulavam as artes ao encomendar obras para suas coleções particulares e usavam seu prestígio para que os artistas alcançassem financiamentos e bolsas para desenvolver seus estudos no exterior.

De 31 mar 2011 - 22 jul 2011 A história de um palácio construído para ser a capital mundial dos negócios do café. Esse é o tema da exposição “Bolsa de Café: Patrimônio Nacional”, que por meio de um minucioso trabalho de pesquisa desvenda os detalhes da edificação que se tornou o símbolo de um dos mais importantes ciclos econômicos do Brasil.
Edifício da Bolsa Oficial de Café foi construído para ser a capital mundial dos negócios do café. Exposição revela representatividade histórica, artística e cultural da construção que é tombada pelo patrimônio nacional

A história de um palácio construído para ser a capital mundial dos negócios do café. Esse é o tema da exposição “Bolsa de Café: Patrimônio Nacional”, que por meio de um minucioso trabalho de pesquisa desvenda os detalhes da edificação inaugurada em 1922, e que se tornou o símbolo de um dos mais importantes ciclos econômicos do Brasil.

A mostra, que fica em cartaz até 22 de julho, será inaugurada em 31 de março, às 19h, no Museu do Café – instituição da Secretaria de Estado da Cultura –, com a presença de figuras representativas do mercado cafeeiro nacional e autoridades políticas do Estado de São Paulo.

A construção da Bolsa Oficial de Café por um lado atendeu à necessidade de centralizar e sistematizar os negócios de café, por outro, teve também papel propagandístico, difundindo a riqueza do Estado de São Paulo que se desenvolvia no compasso do café. Inaugurada em 07 de setembro de 1922, como parte das celebrações do centenário da independência do Brasil, a suntuosidade do edifício, suas cúpulas, esculturas, vitrais, mosaicos de mármore, entre tantos outros detalhes, traduzem o visual da riqueza e prosperidade do ciclo cafeeiro do País.

Após a crise de 1929, que atingiu de forma contundente a cafeicultura nacional, o edifício teve sua importância no cenário econômico diminuída, fazendo com que a suas operações fossem interrompidas em 1933 e novamente em 1957.

Em 1998, o edifício foi finalmente reaberto, passou a abrigar o Museu do Café, e se consolidou com um dos vetores de maior importância no processo de revitalização do Centro Histórico de Santos.

Tendo como ponto de partida a contextualização do mercado cafeeiro à época e a representatividade mundial do edifício, durante e após seu período de operação, os arquitetos Gino Caldatto e Jaqueline Fernández – também autores do livro “O Palácio do Café” (Magma Cultural e Editora, 2004) – assinam a curadoria da exposição.

Organizada em pavilhões que contemplam aspectos históricos, artísticos, cognitivos e imateriais, a mostra lança mão de documentos, fotografias e objetos para sobrepor passado e presente, evidenciando ao visitante a posição do edifício enquanto testemunha de intensas transformações da cidade de Santos, do estado de São Paulo e do País. Um exemplo é contemplar uma imagem do porto de Santos no final do século XIX e, em seguida, de uma das varandas do edifício, observar o maior porto da América Latina.

Um dos principais destaques da mostra é uma estrutura cilíndrica de 4m de diâmetro por 2,5m de altura em que o visitante é convidado a entrar para conhecer os quatro guardiões da torre do edifício. As esculturas, obras do belga Henri Van Emelen, estão localizadas a mais de 40m de altura, voltadas aos pontos cardeais, e representam a Agricultura, o Comércio, os Navegantes e a Indústria. Na exposição, as imagens reproduzidas em grande dimensão revelam detalhes ainda inéditos mesmo ao mais atencioso visitante.

Benedito Calixto de Jesus - Rampa do Porto do Bispo em Santos, 1900

Na cidade de Santos, no início do século XX, ficava o centro das negociações com café, onde foi criada a Bolsa do Café, na época, a maior praça cafeeira do planeta. Tal qualidade permitiu a criação do café tipo Santos.

O destaque às obras de Emelen dialoga com o painel “Os artistas da Bolsa”, com aproximadamente 10m de comprimento. Entre os nomes citados, está o do pintor, desenhista, professor, historiador e astrônomo amador brasileiro Benedito Calixto de Jesus, cujo trípitco formado pelas obras “A fundação da Vila de Santos - 1545”, “Porto de Santos em 1822” e “Porto de Santos em 1922” decoram o Salão do Pregão, local onde eram realizadas as negociações que definiam as cotações diárias das sacas de café.

Há ainda espaço para outros artistas que deixaram seus trabalhos registrados no edifício, como Antônio e José Longobardi, Antonio Sartório e Giusti, e Conrado Sorgenicht.

A exposição ainda apresenta os esforços para construção do edifício em Santos que representasse a riqueza do ciclo econômico do café, sua implantação em localização privilegiada, a feição escolhida e seus diferentes usos ao longo dos anos.

A relação afetiva da cidade com um de seus edifícios-símbolo e principal cartão-postal do Centro Histórico da cidade também é abordada, bem como o tombamento do prédio nas esferas municipal, estadual e federal. Há ainda espaço para o tratamento da memória imaterial do café, evidenciando o estímulo dos sentidos por meio do café, as memórias despertadas pelo cheiro e sabor da bebida.

O Museu do Café fica à rua XV de Novembro, 95, no Centro Histórico de Santos. Seu horário de funcionamento é de terça a sábado, das 9h às 17, e aos domingos entre 10h e 17h. Os ingressos para visitação custam R$ 5, estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia-entrada. Já a Cafeteria do Museu funciona de segunda a sábado, das 8h às 18h, e aos domingos entre 10h e 18h.

Exposição Bolsa do Café: Patrimônio Nacional
Abertura: 31 de março (quinta-feira)
Horário: 19h
Preço: Grátis
Local: Museu do Café
Endereço: Rua XV de Novembro, 95, Centro Histórico, Santos/SP
Obs.: Em cartaz até 22 de julho.
De terça a sábado das 9h às 17h, domingos entre 10h e 17h.
Ingressos R$ 5.

FONTE

Museu do Café

ComidaehArte

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