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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

12º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil, o Cup of Excellence 2011

Vinte juízes do Brasil, Noruega, Guatemala, Polônia, Japão, Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Coreia do Sul estão reunidos no Iapar, em Londrina, para decidir quais os melhores cafés do Brasil. Eles são responsáveis por escolher os Top 10 entre 61 tipos de café que foram classificados para o 12º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil, o Cup of Excellence 2011. Os vencedores serão anunciados na sexta-feira, na Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro (Ficafé 2011), em Jacarezinho.

Pela primeira vez realizado no Paraná, o concurso vai premiar os melhores cafés produzidos no País, disponibilizando-os para um leilão que vai acontecer no dia 18 de janeiro, pela internet. O leilão atrai compradores do mundo todo e, na última edição, arrecadou um valor total de US$ 738.506,40, recorde mundial. O preço médio da saca de 60 quilos saiu por US$ 1.100,53, bem acima dos cerca de R$ 700 reais pago por um café especial. Mas preços altos não são novidade no leilão: um dos vencedores do concurso já vendeu a saca por R$ 15 mil.

Juízes seguem critérios bem definidos Julgar um café especial não é para qualquer um. É preciso anos de prática, conhecer profundamente as características da bebida e ter critérios bem definidos. A maioria dos juízes do Cup of Excellence é formada por compradores internacionais, corretores de café ou pessoas que estão diretamente ligadas ao consumo, como donos de cafeterias especializadas.

Entre os juízes que participam do julgamento em Londrina está Elias Batista Generoso, 32 anos, de Minas Gerais, que trabalha com corretagem de café desde os 15 anos. Ele e o irmão mais velho são juízes há anos, julgando a qualidade de café para uma empresa italiana. Esta é a sua primeira vez como juiz em uma competição internacional, e ele está empolgado com a responsabilidade.

É uma honra ajudar a definir quais os melhores cafés do Brasil”, afirmou. Segundo Generoso, o primeiro requisito para ser um juiz de café é ser apaixonado pelo que faz. “Depois, é preciso disciplina e dedicação, além de estar sempre trabalhando seus conhecimentos. Conhecer o processo de produção do café é fundamental”, explicou. O gosto pessoal, segundo ele, não deve entrar em cena na hora do julgamento. “Ali, são critérios que a gente deve seguir: a doçura, a acidez, o corpo ou viscosidade e até a adstringência da bebida. Isto nos dá uma avaliação muito equilibrada e a nota final vai depender do grupo”, explicou. Para Elias Generoso, a subjetividade existe apenas na comparação com a outra bebida. “Num júri internacional, como este, o gosto é muito diferente entre cada país. Mas isto não vai afetar as notas finais, porque o Brasil não produz um único padrão de café. E todos com nível muito alto”, afirmou.

O concurso é realizado anualmente pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Aspex-Brasil, Alliance for Coffee Excellence (Ace) e Agricoffee Consultoria. Segundo Paulo Kawasaki, da BSCA, trazer o concurso para Londrina é um reconhecimento do que o Estado está fazendo em prol dos cafés especiais, com o trabalho junto aos produtores para agregar valor e ingressar neste mercado. “Hoje, o mercado de café especial está sedento, com uma demanda mundial crescente. Por isto, precisamos atrair mais produtores. Todo café pode ser especial, desde que o produtor tenha cuidados extras no manejo”, disse.


Para o diretor-adjunto de Inovação e Transferência de Tecnologia do Iapar, Marcos Valentin, o evento internacional tem a importância de mostrar a produção cafeeira do Paraná para o mundo. “O Paraná pode não ser mais o maior produtor de café, mas temos café de qualidade. Se não podemos ser mais o maior, queremos ser talvez o melhor”, afirmou.

Segundo ele, até pouco tempo atrás, a fama do café paranaense era de produzir um café de péssima qualidade. “Esta fama era tão terrível que, quando se queria exportar um café de maior qualidade, ele tinha ser embarcado pelo Porto de Santos. Se tivesse o carimbo do Porto de Paranaguá, já era identificado como de má qualidade”, explicou. Os juízes, segundo Valetin, vão conhecer não só o café, mas também produtores, propriedades e toda a estrutura de produção do Estado. “E isto é muito importante para nós”, afirmou.

De acordo com Valentin, o produtor rural também terá uma vantagem com a realização do concurso no Estado. “Nós estamos trabalhando, há alguns anos, com a mudança de mentalidade de que não basta o produtor produzir uma grande quantidade, mas que precisa, sim, ter uma boa quantidade com qualidade na hora de produzir. E hoje, os compradores premiam esta qualidade, pagando mais”, afirmou.

FONTE

JORNAL DE LONDRINA

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