O café é uma das bebidas preferidas da população brasileira e os índices de consumo estão se consolidando, confirmou pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). No que se refere ao tipo de café consumido, a pesquisa mostra que o brasileiro continua fortemente adepto da bebida coada/filtrada (93% em casa e 96% fora do lar). No entanto, tem aumentado o consumo de grãos especiais, de melhor qualidade, embora a participação desse tipo de grão no total ainda seja pequena. Em 2008, o consumo de variedades gourmet em casa era de 1,2% do total; em 2009 passou para 2,7%.
Segundo o estudo, divulgado hoje, no ano passado 97% dos entrevistados - homens e mulheres com mais de 15 anos de idade - declararam que haviam consumido café no dia da pesquisa e também no anterior, mesmo porcentual registrado em 2008.
Há sete anos, esse índice era de 91%. Consumo de café em 2010 foi o maior já registrado no país. O aumento no consumo individual fez com que a demanda total de café no Brasil chegasse a 19,13 milhões de sacas
Cada brasileiro acrescentou 210 gramas de café a sua dieta no ano passado. Esse aumento elevou o consumo per capita do produto de 5,81 quilos, em 2009, para 6,02 quilos em 2010, maior patamar já registrado no país. O recorde anterior era de 1965, quando o consumo per capita foi de 5,91 quilos.
O volume representa um crescimento de 4% em comparação às 18,39 milhões de sacas consumidas em 2009, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). Foi o sétimo ano consecutivo de crescimento de consumo no país.
Apesar de histórico, o desempenho manteve o Brasil como segundo maior consumidor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com estatísticas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os americanos consumiram no ano passado um total de 23,9 milhões de sacas. Apesar de maior consumidor mundial no volume total, cada americano compra, em média, 4,72 quilos por ano.
E a expectativa é que o ritmo de consumo no Brasil siga em alta. A Abic projeta para este ano um crescimento de 5%, o que elevaria o consumo doméstico para 20,27 milhões de sacas em 2011. Junto com o volume, as indústrias acreditam também no aumento do tamanho do mercado de café no país. Os R$ 7 bilhões em vendas registrados em 2010 podem crescer e chegar a R$ 7,5 bilhões neste ano.
Nem mesmo a valorização dos preços do café no mercado internacional devem inibir o aumento do consumo neste ano. "Nos próximos três meses o café alcança o pico da entressafra no Brasil e reajustes deverão ser feitos por parte da indústria. Mesmo assim, não creio que esses ajustes inibirão o consumo", afirma Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic.
Para ele, com as boas previsões para o PIB em 2011 e o crescimento do consumo esperado para as classes C, D e E, além da previsão de que as classes A e B poderão crescer 50% até 2015, criam uma conjuntura que aponta para a manutenção do ritmo de crescimento do consumo. "O café ficou muito tempo com um valor defasado no mercado e perdeu peso dentro da cesta de alimentos do consumidor", afirma Herszkowicz.
Apesar de o brasileiro estar consumindo café como nunca e os patamares serem elevados, os volumes ainda estão distantes dos líderes. Nos países nórdicos - Finlândia, Noruega, Dinamarca - o consumo per capita de café gira ao redor de 15 quilos por ano. De qualquer forma, os três maiores consumidores do mundo - EUA, Brasil e Japão - representam juntos quase 40% de tudo aquilo que é adquirido entre todos os países.
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