Repair Café – A cafeteria dos consertos
“O que você faria com uma torradeira que não funciona mais? Jogar fora? De jeito nenhum!” Essa é a visão da Repair Café, criada na Holanda pela jornalista Martine Postma. A iniciativa reúne eletricistas, costureiros, carpinteiros e mecânicos voluntários, que oferecem consertos gratuitos para itens quebrados em uma espécie de cafeteria ambulante. O cliente leva o objeto, aprende a arrumá-lo ao lado dos profissionais e ainda pode bater um papo com outras pessoas. E o melhor: “Se não tiver nada para ser reparado, você pode aproveitar uma xícara de café”.
A ideia surgiu da vontade de promover a sustentabilidade. Assim, a Repair Café viaja por diversos lugares da Europa e dos Estados Unidos relembrando a velha arte do “faça você mesmo” aos clientes. “O problema é que muitos se esqueceram que é possível reparar as coisas com as próprias mãos. Ensinamos as pessoas a verem suas posses com outros olhos e apreciarem o seu valor. Queremos mostrar como isso pode ser divertido e fácil”.
Além dos profissionais a disposição do cliente, o café ainda disponibiliza materiais para o conserto de roupas, móveis, eletrodomésticos, bicicletas e outros itens. Ainda há uma espécie de livraria, onde você pode encontrar livros e manuais sobre reparos.
O legal do projeto é que ele incentiva a criação de outros Repairs Cafés espalhados pelo mundo. Pelo preço de R$ 75 (€ 25), os interessados levam para casa o manual da iniciativa, flyers e panfletos de divulgação, placas e outros itens básicos para a cafeteria.
Para mais informações sobre o projeto, basta acessar o site. Porque, além de contribuir para o meio ambiente, se juntar para bater um papo regado a café é uma delícia, não é mesmo?
Imagens: Revista Trip
Por: Lucas Tavares
Escrito por Mexido de Ideias
Jogar fora? De jeito nenhum!
Porque jogar fora se podemos consertar?
Esse é o princípio do Repair Café – Café Conserto que nasceu na Holanda e hoje existe em diversas cidades no mundo.
A ideia é reparar, em conjunto, eletrodomésticos, brinquedos, roupas, etc que estavam destinados ao lixo, mostrando às pessoas que cada vez que algo quebra, não precisa necessariamente ser jogado fora.
As pessoas levam itens quebrados e, juntamente com especialistas (eletricistas, carpinteiros, entre outros), realizam os consertos utilizando ferramentas e materiais disponíveis no local.
No Brasil a ideia ainda não é muito conhecida, mas uma iniciativa está sendo organizada no Rio de Janeiro e estão buscando voluntários de qualquer idade que saibam consertar:
– Bicicletas
– Móveis, brinquedos, etc
– Roupas
– Eletrodomésticos
Quem tiver alguma (ou mais de uma) dessas habilidades ou conhecer alguém que as tenha, favor enviar um email para repaircafe_rj@yahoo.com.br
Para quem quiser saber mais sobre a iniciativa, o site oficial do Repair Café é http://repaircafe.org (disponível em inglês, alemão e francês).
by Juliana Mesquita
Os cafés onde voluntários consertam coisas de graça para protestar contra a obsolescência programada
Você já ouviu falar que os produtos de hoje em dia são feitos para durar pouco? Se antes um guarda-chuva durava anos, hoje ele quebra na primeira tempestade. Se antes uma televisão ficava na sala por 5, 10 anos, hoje ela é trocada a cada 2 ou 3. A essa curta vida útil dos produtos se dá o nome de obsolescência programada.
Mas trocar de TV, carro ou celular não traz apenas o benefício da tecnologia. É preciso também pensar nos danos que isso traz para o meio ambiente. Foi assim que surgiu o Repair Café, um conceito de café em que as pessoas de uma vizinhança se reúnem para consertar objetos quebrados em vez de jogá-los fora e comprar novos.
O primeiro Repair Café do mundo foi criado em Amsterdã, na Holanda, por Martine Postma. Em um determinado dia da semana, voluntários se reúnem para consertar itens que vão de brinquedos quebrados e roupas descosturadas a secadores de cabelo que não funcionam mais. Todos os reparos são feitos gratuitamente, como em uma troca de gentilezas e aprendizado entre os moradores da região. A ideia deu tão certo que hoje existem mais de 300 Repair Cafés em mais de 10 países do mundo. No Brasil há um único Repair Café, que acontece através da ANDES e fica em Santos (SP).
Que tal levar essa ideia para outras cidades?
Lojas que oferecem reparos feitos por voluntários se espalham - O movimento do ‘repair café’ já está presente em 29 países
BERLIM - Uma ideia surgida há sete anos na Holanda, o movimento do repair café (café de consertos), se espalhou rapidamente pelo mundo. Nesses 1.150 cafés, presentes em 29 países, mecânicos aposentados ou amadores dedicam parte do tempo a consertar de graça itens que vão da cafeteira à luminária com o objetivo de evitar o esbanjamento.
Durante a “Semana Internacional”, realizada recentemente em Berlim para celebrar o aniversário de sete anos, a jornalista holandesa Martine Postma, que abriu o primeiro Repair Café em Amsterdã, no dia 18 de outubro de 2009, afirmou que a política de “menos lixo e mais contato pessoal” é uma contribuição importante para a sustentabilidade. A ideia de consertar, em vez de pôr no lixo, já começa a ser descoberta pelos políticos como um mecanismo importante da política de meio ambiente.
Segundo Harald Marpe, da associação dos moradores no núcleo da Praça Clausener, o repair café reforça a ideia contra a sociedade de consumo.
— Na Europa, ninguém manda mais consertar os aparelhos que quebram porque muitas vezes os custos do conserto superam o da aquisição do produto novo — lembra Marpe, de 60 anos.
EMPURRÃOZINHO TRIBUTÁRIO
Na Praça Clausener, perto do Castelo de Charlottenburg, em Berlim, o repair café reforça a ideia de núcleo comunitário, embora o aspecto mais importante sejam as montanhas de lixo provocadas pelos aparelhos “descartáveis”. O que não era consertado acabava aumentando o lixo poluidor do meio ambiente ou era exportado para a África, como pneus velhos, o que contribui para elevar os problemas ecológicos desses países.
A reação ao repair café de Amsterdã foi explosiva. Em pouco tempo, cidades de Bélgica, Estados Unidos e Alemanha endossaram a ideia de que “consertar é criativo e sobrevive à moda”. Na Alemanha, o primeiro repair café foi aberto em 2012, em Colônia. Hoje, já existem unidades em países como Turquia e Gana.
Sinal de que a cultura do combate ao desperdício se espalha pela Europa foi a decisão do governo da Suécia de tentar estimular o conserto de objetos como sapatos e eletrodomésticos. O país planeja oferecer incentivos fiscais para o reparo de calçados, roupas, artigos de couro, têxteis e bicicletas. O imposto para o conserto destes itens deve ser reduzido de 25% para 12%, de acordo com um plano apresentado em setembro ao Parlamento.
A proposta é ainda mais abrangente. O governo sugere que os contribuintes possam ser restituídos por metade dos custos de mão de obra com o reparo de produtos como máquinas de lavar, geladeiras e fogões. A estimativa é que a mudança custe ao governo US$ 86,4 milhões. A interpretação do governo é que a população está disposta a consumir de forma mais sustentável e que o incentivo é bem-vindo.
Em práticas colaborativas, como o repair café, nada funciona comercialmente. O imóvel usado para o encontro de mecânicos e proprietários de aparelhos quebrados em busca de ajuda é emprestado por instituições municipais. Também a xícara de café tomada durante o encontro e as peças usadas nos reparos vêm de doações.
Segundo o engenheiro Birger Prüter, encarregado de técnica do meio ambiente e energia renovável da repartição distrital de Charlottenburg-Wilmersdorf, bairro central na antiga Berlim Ocidental, as prefeituras apoiaram imediatamente a ideia.
— Nada pode ser melhor para o meio ambiente do que o conserto e reaproveitamento de aparelhos — diz Prüter.
As reuniões em Charlottenburg-Wilmersdorf ocorrem na primeira quinta-feira de cada mês no salão de uma escola de alemão para estrangeiros, quase todos refugiados. Igor, um aposentado que sempre teve talento para consertar tudo, frequenta as reuniões regularmente. Em troca do contato social e da sensação de se sentir útil, ele dedica quatro horas por mês ao conserto dos aparelhos quebrados dos habitantes do distrito.
Gisela M., que vive num prédio vizinho, aproveitou para trazer a luminária que herdou da mãe e que havia deixado de funcionar.
— Confesso que não teria coragem de pôr essa peça de valor real e afetivo no lixo, mas as oficinas tradicionais de consertos, como ainda existem no caso dos sapateiros, desapareceram porque os custos quase sempre superavam o valor da aquisição — diz Gisela, feliz em ver que depois de apenas 20 minutos de ação, Igor fez a luminária voltar a funcionar.
Na fila de espera, vizinhos aguardam com aparelhos de toda sorte, desde cafeteiras a rádios, CD-players e até vitrolas antigas que já não são mais encontradas no comércio.
Na entrada da sala, Prüter registra todos os visitantes com nomes, endereços e objetos trazidos para o conserto. Quase todos são moradores do mesmo bairro, mas qualquer um pode levar algo para consertar.
LUXO DO LIXO
De acordo com Marpe, a febre do repair café não é um fenômeno isolado, porque faz parte de um processo antiglobalização, no qual as pessoas cultivam pequenos núcleos comunitários, onde se sentem mais protegidas do que no anonimato das grandes cidades.
Mesmo com seus 3,7 milhões de habitantes, parte dos moradores de Berlim ainda restringe seus hábitos a regiões menores. Alguns deles vivem, se divertem, fazem compras ou vão ao médico nos seus próprios bairros.
O conserto de produtos não é a única forma de consumo sustentável a ganhar espaço. A reutilização de sobras, resíduos ou produtos inutilizados para criar novas peças de maior valor, o chamado upcycling, também conquista novas fãs. A butique de “luxo do lixo”, de Eric Pieper, adota a prática e vende cintos feitos de pneus velhos. Segundo Pieper, o consumidor leva, junto com o produto, a história do material.
O upcycling é usado não somente na moda. Esculturas e outras obras de arte expressam também a ideia de que nada se perde, tudo se transforma, mesmo que com aparência e funções diferentes.
fonte
Todas as fotos © Repair Café
https://oglobo.globo.com/economia/lojas-que-oferecem-reparos-feitos-por-voluntarios-se-espalham-20419793
http://consumocolaborativo.cc/repair-cafe-cafe-conserto/
https://www.facebook.com/RepairCafeInternational/
http://www.hypeness.com.br/2014/07/o-conceito-de-cafe-em-que-voluntarios-consertam-desde-uma-geladeira-ate-uma-boneca/
http://www.mexidodeideias.com.br/viagem/repair-cafe-a-cafeteria-dos-consertos/
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